sábado, novembro 06, 2010

Licença sem vencimento

Caros amigos,

serve este post para anunciar, com muito pesar, que o PEdorido.com vai parar a actividade (?) durante tempo indefinido.

Já não tenho tempo pessoal disponível para acompanhar e participar no blog como desejaria e, confesso, a motivação e disposição já não são as mesmas de outros tempos.

Também não é justo da minha parte colocar nos ombros dos outros colaboradores a pressão de manterem vivo um blog que nem lhes pertence.

Aproveito para agradecer a todos os intervenientes por estes cinco anos fantásticos.
Tivemos altos e baixos, discussões acaloradas, outras mais serenas... mas no fundo, o objectivo primordial foi alcançado. Juntar os pedoridenses à volta de Pedorido (passe a redundância da expressão)!

Acho que, melhor ou pior, o PEdorido.com cumpriu o seu objectivo.

Obrigado a todos os que colaboraram directamente ou indirectamente com este blog:
  • Jerónimus
  • Camone
  • JVD (Filho de Deus)
  • Pikó
Vocês foram fantásticos. O PEdorido.com saiu mais rico com a vossa participação.

Obrigado a todos os fiéis "comentadores" que foram acompanhando o PEdorido.com durante estes anos:
  • wrld.antidot
  • madmike
  • osama bin laden
  • dariuspintus
  • pedoridenseatento
  • lua
  • blix & twix
  • djvas89
  • laforacadentro
  • todos os anónimos
  • todos os que não estão aqui enumerados mas que participaram e comentaram.
Mais uma vez, obrigado!

Até um dia destes! ;)

Grande abraço,
PEdorido

Exemplo de Coragem

Queria partilhar convosco um exemplo de coragem e sacrifício de um menino chamado Guilherme que, através do desporto, conseguiu ultrapassar as barreiras impostas pela paralisia cerebral.

O nosso abraço ao Guilherme e aos seus pais e que continue a ser este magnífico exemplo para todos nós.


segunda-feira, setembro 27, 2010

Pedorido visto do rio Douro! ( 9ª e última parte )


Assim que entramos na zona demarcada do Douro, pareceu-nos que o encontro com a Régua foi bem mais rápido do que pensávamos, e, aí, pudemos ver e apreciar uma cidade ribeirinha e do interior com uma vida própria assinalável e até um pouco agitada, porque a "rota do vinho" tem a virtude de "atrair" o turismo através de três frentes conhecidas e que são o comboio, as auto-estradas e os barcos de recreio... Este turismo de que falamos chama muito mais pessoas, estrangeiros e portugueses, desejosos de conhecer a região demarcada do Douro e que são unânimes em tecer elogios às belas paisagens que desfrutaram e por isso se preocuparam em guardar não só nas suas memórias, mas também em máquinas mais ou menos sofisticadas a quem não deram tréguas pelo rio acima, para que mais tarde, já em ambiente familiar e de amigos, poderem rever de novo as imagens com as quais se encantaram durante a referida viagem! De resto, não será por acaso que dizemos:-« Recordar é viver duas vezes!...»
Durante a curta viagem de cerca de seis horas, deu para notar que os nossos hábitos diferem um pouco dos estrangeiros, que apreciam melhor os nossos vinhos, porque para lá das refeições, faziam questão de continuar a saborear os bons vinhos desta região demarcada com um prazer e uma alegria, para lá do comum dos portugueses!
Achamos oportuno focar aqui um ou outro aspecto que poderá não ter sido salvaguardado, tendo em conta as diferentes realidades desde a foz do Douro até se atingir a região demarcada. Estamos a referir-nos às contra-partidas que quanto a nós se justificariam, porque quer se queira ou não admitir, a bacia do Douro não é homogénea... E por não ser homogénea, houve formas de vida que foram sacrificadas por todo este Baixo Douro e que nem sequer o dinheiro poderá resolver!... Relembremos aqui a melhor agricultura de toda a zona ribeirinha, passando por todo o tipo de pesca sazonal e que dava muita vida pelas freguesias ao redor desses extensos e belos areais, sem esquecer o corte radical que foi feito às ligações ancestrais, já com centenas de anos e que sempre foram feitas pelo rio, como eram os casos de Pedorido e Rio Mau, Cancelos/Sebolido e Midões e entre Melres e a Lomba... Só para citar o que melhor conhecemos!
É difícil perceber e mais difícil ainda é aceitar, que não tivessem previsto neste grandioso projecto o respeito pelo historial destas gentes ribeirinhas, num "chega p'ra lá", intencional ou não, mas que foi muito feio e que merece ser aqui denunciado!!!... ( FIM )

- Um abraço fraterno para toda a região duriense!

terça-feira, setembro 21, 2010

5º Aniversário

Hoje fazemos 5 anos.

Aqui fica a singela lembrança.

Obrigado a todos os que se lembraram (agradecer aos que não se lembraram é chato, porque é muita gente!).
A maior parte deles foi porque receberam um alerta do Facebook, mas a intenção é que conta.

Mais uma vez, parabéns para nós.

A gerência.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 8ª Parte

A seguir a Entre-os-Rios ficamos com curiosidade por chegar à foz do rio Paiva, por ser um afluente por quem temos uma simpatia especial e que vem de há muitos anos! A simpatia surgiu quando deram a conhecer que era dos rios menos poluídos da Europa e por roçar pelos limites do nosso distrito... E foi reforçada, depois de sabermos dos desportos radicais que ali se praticam, porque é uma das várias formas de dar a conhecer belas e naturais paisagens e nos sítios mais escondidos do interior deste bonito país!A Ilha dos Amores surge a anunciar a proximidade do rio da nossa simpatia, mas também foi giro rever o Castelo e o Escamarão, que nos trouxeram lembranças de gentes mais antigas e que sabe bem recordar, porque ajudaram de alguma forma à nossa identidade!
Finalmente a barragem de Carrapatelo e a 2ª eclusa, que após uma operação demorada, que decorreu com toda a segurança, após vencer um desnível com quase o dobro do de Crestuma!... Aqui, mais uma vez nos vimos confrontados com a história e com a obra do grande Camilo C. Branco, que descreve com a arte que se lhe reconhece a passagem por estas bandas do Douro da quadrilha do Zé do Telhado, o tal que tirava aos ricos para dar aos pobres e tudo isto há pouco mais de cento e cinquenta anos!... Conta-se, que terá sido o primeiro escritor em Portugal a viver à custa dos seus trabalhos literários, isto em pleno século dezanove!
Nesta nova albufeira até à Régua, deu para perceber, que flutuávamos em águas mais profundas, porque deixamos de ver as marcações a vermelho, que desde a saída do cais de Gaia foram uma constante rio acima. Começamos a notar que entrávamos numa vasta zona de floresta acentuada e em ambas as margens, aqui e além, com uma ou outra casa isolada, de acessos bem difíceis, razão porque nesses sítios, umas pequenas lanchas encostadas à margem, davam a perceber, que será através do rio, que fazem os seus contactos com o mundo exterior... Por vezes, não muitas, éramos surpreendidos com a presença das garças, uma ave que não esperávamos encontrar por ali!... Fazem parte da chamada bio-diversidade, bem real e nada fácil de ser respeitada pelos humanos...
Esta sucessiva monotonia, só iria mudar bem lá mais para cima, especialmente a partir do encontro do comboio com o rio na margem direita, onde a presença do casario começa a ser mais constante e a presença humana começa a ganhar outra consistência e que será como que o prenúncio da proximidade de um outro Douro, o chamado Douro vinhateiro, onde as vinhas um pouco antes da Régua, surgem devidamente ordenadas pela mão dos humanos, ocupando aqueles socalcos até ao cume das encostas, conferindo-lhes uma beleza única e que todo o mundo admira!...

domingo, setembro 19, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 7ª Parte



Nunca escondemos que trazemos bem gravado o rio mais antigo e por razões muito especiais e diversas, que nem serão difíceis de imaginar!... Daí, navegarmos, quase convencido, que poderemos ser o único a bordo deste barco de recreio, que conseguirá ver ou imaginar, outros rios e outros cenários que já desfrutamos neste mesmo Douro, donde não é possível separar os belos e naturais areais, que eram diversos e que hoje estão submersos, para não dizer escondidos, e, que tantas vezes pisáramos...
Este nosso apego às memórias, que não nos largam, fez com que "desligássemos" por muitos minutos e nem prestássemos a devida atenção aos pequenos lugares ribeirinhos de Cancelos, numa das margens e de Midões e Gondarém na outra margem, sendo que estamos ligados por laços afectivos a este último povoado!
Ainda durava o almoço quando atingimos Entre-os-Rios, povoação antiga e ribeirinha, não só do rio Douro, mas ainda do Tâmega que ali resolveu entregar-se duma forma pacífica ao grande rio e de forma idêntica ao Arda da outra margem em Pedorido!
Pudemos constatar que no presente, Entre-os-Rios dispõe de três pontes para desfrutar, mas terá ficado muito marcada pelo trágico acontecimento de 2001! Constatamos que alguns dos portugueses que viajavam neste barco comentavam o sucedido, sinal de que o país não se libertará tão cedo da tragédia que se abateu sobre as gentes desta zona do Douro... Foi péssimo, porque se perderam tantas vidas humanas e de seguida foi terrível ter de assistir ao desfile hipócrita de gentinha que aspira ao protagonismo a qualquer preço e que o tempo veio pôr a nu, se dúvidas houvesse!... ( Continua )

sexta-feira, setembro 17, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 6ª Parte



Isto é muita emoção para tão poucas horas! Ainda saboreávamos o paladar deste "novo" Pedorido e de seguida caía-nos bem à nossa frente a bonita e solarenga aldeia de Rio Mau, que já compararam com terras bem distantes... Quanto a nós, Rio Mau só é comparável consigo própria, porque é única e tem o seu próprio padrão! Seria como comparar este Douro navegável com o rio Tejo, que não são comparáveis, de forma alguma! O Tejo orgulha-se do grande estuário e de ser como que o anfiteatro natural da grande capital, mas o Douro "arrasa" com a sua identidade própria, que todo o mundo reconhece e já considerou património mundial! Penso para mim, que cairmos na tentação das comparações, estaríamos, talvez, a ir atrás dum qualquer sentimento de inferioridade, ou de coisa semelhante, que não faria sentido algum...
Acentuemos, isso sim, a componente humana do povo desta terra, que no seu todo, sempre se distinguiu pelo apego e amor à sua terra, e, que, quanto a nós, estará na base do que é muito justamente comentado como um sucesso colectivo!
De referir que em 1950, a pequena aldeia de Rio Mau era um pequeno lugar, onde só lhe conhecíamos uma pequena e artesanal oficina de colmeias, uma agricultura pobre e de subsistência e com gente humilde e bem disposta, que soube encontrar nas minas de Germunde, nos rabões da Carbonífera, na pesca no Douro e até na emigração, a forma honesta para a sobrevivência e para "mais altos voos"! A coesão deste povo decidido, viria a dar os frutos que estão à vista, e, sem desprimor, por quem quer que seja, entendemos da maior justiça, relembrar aqui, a figura e os exemplos de trabalho do saudoso padre Manuel que ainda conhecemos no final dos anos quarenta, éramos ainda uma criança!
Há um pormenor que ainda hoje transportamos connosco rio acima e para o qual ainda não conseguimos encontrar resposta convincente... Em boa verdade desconhecemos em absoluto, se foi a coesão deste povo que "ganhou" o padre Manuel, ou, se, pelo contrário, teria sido a forma de estar no mundo daquele abade que "conquistou" toda aquela gente! E será que alguém sabe?!...
Tudo isto, acudia em catadupa à mistura com recordações de vária ordem e ao meio dia fomos "acordados" através do altifalante para que descêssemos, porque ia ser servido o almoço... Apesar de Rio Mau ter ficado já para trás, fiquei só no exterior do Pirata Azul a digerir as emoções e convencido de que nenhum dos acompanhantes terá suspeitado das nossas raízes e do nosso envolvimento a toda esta região do Douro!

- Um grande abraço para os nossos conterrâneos de Rio Mau!

quinta-feira, setembro 16, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 5ª Parte



Teriam decorrido cerca de duas horas de viagem e Germunde aparecia já ao alcance da nossa vista! De propósito, preferimos um espaço isolado, donde fosse possível não só olhar, mas também esconder alguma emoção, porque não foi em vão que ali acordamos para o mundo do trabalho e onde viríamos a criar boas amizades, tudo isto durante a nossa juventude!
Assim de repente e volvidos quase cinquenta anos quase tudo mudou!... O lugar é o mesmo, já não tem teleférico e tornou-se muito mais verde, muito mais arborizado e muito menos negro, o que não deixa de ser normal após o fecho das minas! Se dúvidas houvesse o edifício do Poço Mestre continua ali firme, e, a destacar-se, como que a assinalar, naquela encosta adjacente ao rio Douro, toda a história dos mineiros de várias gerações e ainda tão recentes!!!!.... Faltará ali, sòmente, o símbolo de toda a época mineira e estamos a referir-nos ao briquete incandescente... Visto ao perto e do rio Douro seria um espectáculo!!!
Mas as emoções não iriam ficar por ali, porque de seguida, Pedorido e Rio Mau surgiriam como que apressadas, mas tiveram que ser pacientes, e, perceber, que, o nosso imaginário iria perder-se por algum tempo naquela quinta de Fornelo, que, outrora, mais parecia um jardim e onde fomos tão feliz!!!
E, eis, que, de repente, aparece o esplendor da igreja da nossa aldeia de Pedorido, devidamente enquadrada com o Douro e com o ambiente, e, que, só agora, deu para perceber da visão e da competência do pessoal técnico dos anos quarenta! É claro, que houve profundas alterações físicas no meio, mas hoje temos a ideia de que a aldeia estará mais ribeirinha e mais bonita, porque se terá abandonado a ideia de outrora, quando quase sempre construíam as casas nos pontos mais altos e de difícil acesso. Com o fecho das minas o pensamento humano poderá estar à procura de voltar aos rios e poderá ser como que um retorno às origens... É o mais natural, muito mais romântico e a vida sem romantismo perderá a essência!
O enquadramento das pontes com a foz do Arda é de uma beleza única em todo o Douro, e, a praia fluvial, mesmo ao lado, veio dar a oportunidade que sempre faltara aos pedoridenses e àqueles forasteiros que fazem desta praia a sua preferida...
A nossa sensibilidade, diz-nos, que Pedorido tem um aspecto mais jovem e mais bonito, porque terá perdido aquele ar triste e mais escuro de outros tempos! Do centro deste belo rio Douro, gostamos do que observamos e temos muito orgulho de cá termos vivido até 1963!

-Um abraço do tamanho do Arda!

terça-feira, setembro 14, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 4ª Parte


Custou a despegar o olhar de Melres e da sua ribeira, que sempre havíamos guardado bem lá no fundo e sentimos como que um misto de saudade e alegria, porque nos pareceu, que o actual rio Douro não terá mexido ou alterado o que era fisicamente aquela linda povoação nos anos cinquenta! Por vezes somos traídos pela imaginação, e, no caso, vivíamos com a ideia de que as águas do "novo" Douro teriam "invadido" uma boa parte de Melres e da sua viçosa ribeira... Foi como que o transportar de um "peso" que carregamos durante muito tempo e no final sentimos um alívio e faltam as palavras...
Quem não se recorda dos mineiros que diariamente transpunham o rio vindos daquela margem, e, que,volvidos trinta minutos eram "engolidos" para as entranhas da terra durante horas seguidas?! E ao recordar Melres, é mais que justo relembrar aqui, aquele jovem louro, de aspecto nórdico, que dava pelo nome de António Vieira da Rocha, um exímio lançador do martelo nos anos cinquenta e que no velhinho campo entre Pedorido e a Póvoa tantas vezes vimos lançar o engenho a distâncias que para a época eram um espanto!... Bela prática desportiva e a "feijões", que é como quem diz, sem ganhar tostões nem milhões, e, só faltará acrescentar, que, a sua primeira profissão foi como mineiro, e, só mais tarde seria transferido para as Obras, uma espécie de construção civil da Carbonífera! Ou seja, o mérito veio depois das provas dadas!...
A Lomba sempre viveu um pouco escondida em resultado daquele ziguezaguear do Douro, mas que soube aproveitar mais tarde aquele grande espaço junto do rio e construir ali uma praia fluvial, onde é notório o bom aspecto duma ponta à outra e que aqui registamos! De outros tempos, vem-nos à lembrança os sermões do padre Regadas, cuja fama de orador ecoou pelas terras ao redor e pelos vales circundantes e de que nos recordamos, apenas, daquele longo sermão na esplendorosa igreja de Pedorido, onde aquele abade repetiu, vezes sem conta, a frase que estivera na origem de tão polémico sermão:-« É PERIGOSO DIZER A VERDADE!...»
Achamos curioso, passado todo este tempo, estas recordações "saltarem cá para fora", num sinal para nós, claríssimo, de que não vamos agora, nem amanhã, esconder o realismo de uma época que também foi a nossa e com a qual aprendemos o essencial! E o essencial foi perceber, que, se hoje nos foi possível navegar Douro acima, num barco com alguma dimensão e conforto, não vamos querer esquecer aquele outro tempo em que fizemos idêntico caminho, rio abaixo, rio acima, a bordo de uma pequena lancha, sem comodidade alguma, mas onde reinava a alegria de uma juventude, que, viria, um pouco mais tarde a dar o seu melhor para as mudanças que o país aplaudiu e que só terão pecado por tardias!

-Se tens amor à tua região, divulga-a!

domingo, setembro 12, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 3ª Parte




As duas cidades ficaram lá para trás e podíamos dizer que esquecidas, e, assim que subimos na barragem de Crestuma, sabíamos que estávamos no mesmo nível das águas na foz do Arda! Começamos por ouvir os esclarecimentos na nossa língua, claro, mas também em inglês, espanhol e francês, de que à nossa esquerda podíamos ver as antigas instalações da central térmica da Tapada do Outeiro e que fora alimentada até 1994 pelo carvão proveniente das minas do Pejão... Conhecíamos bem demais a história, mas este relembrar, que correspondia na íntegra, apenas veio avivar, só isso!...
A partir dali, já nos começávamos a familiarizar com estas margens e foi bom até pela diferença com outros tempos, poder apreciar os diversos tipos de canoas que treinavam com afinco, rio acima, porque gostamos da envolvência e do contraste que mantinham com o rio e com o verde do arvoredo, que era diversificado e de vários tons de verde, e, de outras cores, que davam um contraste singular e de que não estávamos à espera!... A Natureza no seu melhor!
Foi bom rever Pedemoura e Melres volvidos mais de cinquenta anos e será justo relembrar aqui o veterano Zé Noronha, um homem que se prontificava com paixão a combinar e a capitanear os encontros de futebol amigáveis entre Pedorido e os jovens daquelas terras ribeirinhas e onde os jogos iam até ao fim e sem a presença de autoridades!... Naqueles tempos os jovens da nossa terra tinham muita boa qualidade técnica, e, nem seria difícil ao Noronha formar equipas ganhadoras e tem alguma graça recordar, que todos pagavam a viagem da lancha!... Bons tempos, de boas amizades e de alguma ingenuidade à mistura!...
Voltando ao rio para focar o singular ziguezaguear do Douro, que por alturas da Lomba parece baralhar-se a si próprio, como que a hesitar, se há-de ir, se há-de parar e voltar atrás, e, quase nos deixa baralhados a nós também... Um pouco mais acima, vamos deparar com o que nos pareceu uma decisão acertada, quanto à escolha da pista internacional de canoagem para Melres, porque beneficia do tal serpentear do rio, mas também da sublime encosta na margem direita, que, por ser bastante elevada, não vai permitir que os ventos marítimos ali se façam sentir! Ainda acontecem boas decisões neste belo país!...

-Recordar é viver duas vezes!

sexta-feira, setembro 10, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 2ª Parte


Diz-se, que foram tempos difíceis, e, felizmente, que ainda podem ser testemunhados por um bom número de pessoas ainda vivas e que resistem por todo esse Couto Mineiro - agora desactivado - porque as memórias não se inventam e até resistem aos maus tratos, a maioria das vezes ocasionados por vidas difíceis e pelos piores isolamentos que ninguém escolheria, se ainda pudesse fazer escolhas!...
Essas realidades de um passado não muito longínquo, servirão, quando muito, para que se retirem as ilações dos valores que as sociedades devem livremente adquirir ou rejeitar, por forma a viver-se dentro de padrões aceitáveis e dignos. Esta bagagem nunca está seguramente adquirida, pensamos nós, mas é um facto que foram dados passos nesse sentido, agora há que evitar o retrocesso!...
Pelas recordações de há cinquenta anos - quase uma vida! - tínhamos alguma curiosidade de conhecer melhor o mais recente e actual rio Douro e as zonas que lhe estão adjacentes em ambas as margens e que já não seriam bem iguais!... Nem estamos a referir-nos às zonas ribeirinhas do Porto e Gaia, que, excluindo a presença dos barcos que fazem os Cruzeiros e ainda dos barcos rabelo, que, são uma cópia um pouco aproximada, mantém-se no essencial o que sempre foram as duas margens, e, só notamos uma recente novidade entre o cais de Gaia e o quartel do monte da Virgem, sobranceiro ao rio. Está ali em construção um novo teleférico, em fase bastante adiantada e que irá ligar aqueles dois locais da cidade de Gaia, pelo que nos foi dado observar...
Demos início à subida com o mar Atlântico na maré baixa, e, talvez, por esse facto, podemos constatar a grande diversidade de aves com que íamos deparando ao longo do rio e foi uma constante até à barragem de Crestuma, e, se, não nos falhou a contagem, foram seis pontes as memorizadas em todo o correr das duas cidades, se contarmos com a ponte D. Maria, entretanto, desactivada. Não resta qualquer dúvida que ali se aplica o ditado popular:- « Não há fome que não dê em fartura!...» ( Continua )


quinta-feira, setembro 09, 2010

Pedorido visto do rio Douro!


Nos últimos anos vacilamos muito se devíamos ou não subir ou descer o rio Douro!...
Tínhamos um "confronto" interior que não será fácil de explicar, uma vez que são questões que vamos colocando a nós mesmos em certos momentos da nossa curta existência, e, que, nem sequer se prendem com o bem e o mal, mas, unicamente, com a nossa forma de imaginar toda uma região a partir do momento em que fomos sendo preparados desde muito miúdos para um rio, que já viria de muito longe e com cujas actividades nos fomos identificando, ao mesmo tempo que íamos, nós e os outros, partilhando vivências de tarefas que eram dos rios ou que a eles estariam associados.
Mas há aqui aspectos, que queríamos deixar bem claros e que gostávamos de partilhar com os nossos conterrâneos... O primeiro aspecto é que sendo nós um duriense dos anos quarenta, transportamos connosco esse Douro já um pouco antigo e que guardamos quase religiosamente, com profundo respeito por todas as criaturas que conhecemos e com quem convivemos, e, que, como nós, conheceram e amaram os rios Douro, Arda e os demais!... Claro, que estamos a referir-nos e a citar as gentes de Pedorido e Rio Mau, mas também da Póvoa, Sebolido, Melres, Lomba, Oliveira do Arda, Raiva, Folgoso e Serradelo! Todas estas gentes tinham um ponto em comum e de grande coesão, que lhes advinha do facto de se encontrarem de segunda a sábado na mesma labuta e num mesmo trabalho na única companhia a laborar no Couto Mineiro do Pejão!...
Entretanto, esses tempos já passaram e, por coincidência, ou não, os rios viram-se também transformados, os grandes areais do Douro foram escondidos com a subida das águas, os pescadores de Pedorido e Rio Mau passaram a ser uma miragem naquele grande e belo areal de Pedorido, mas ainda temos bem presente, como eram tão ágeis a manobrar os pequenos barcos da pesca ao sável, enquanto outras mãos se prontificavam a deixar cair para as águas "lamacentas" do Douro, uma rede previamente ordenada numa das zonas do barquito de sete metros e de forma a não comprometer toda a tarefa, do princípio ao fim, e, até completar numa espécie de U, já em pleno areal, aquela que seria uma armadilha para um peixe, que subia sempre apressado na mira duma desova, depois de muitas milhas vencidas, e, que, visava garantir a continuidade da espécie!... E, será que o apressado sável, depois de ter escapado à captura pelas redes montadas a partir de areais a jusante, iria vencer mais este desafio lançado por pescadores tão experientes como os que operavam no nosso areal de Pedorido?!
Diz-se, que foram tempos difíceis... ( Continua )

segunda-feira, setembro 06, 2010

Imaginar Pedorido, os seus rios e as origens!...


Fisicamente Pedorido é como é, mas, pensamos nós, que há largos milhares de anos tudo seria bem diferente e duma forma que a nossa imaginação dificilmente visualizará, mas com os poucos dados de que dispomos, vamos tentar criar algumas ideias, que poderão ter estado no princípio do que foi o estabelecimento da vida humana nestas encostas adjacentes ao Douro, ao Arda e a toda esta vasta região...
É muito provável, que este fosse um corredor de passagem para os diversos povos nómadas que seguiriam os cursos de água como meio de orientação e até da sua própria sobrevivência e a começar pelos mais importantes, como era o rio Douro, mas, é de crer, que outros afluentes também "atraíssem" os mais diversos tipos de tribos, que, naturalmente, viveriam isoladas e se entenderiam por gestos e outro tipo de expressões à falta de dialecto... As margens do Coa, mais rochosas, deixaram testemunhos inequívocos da passagem destes povos mais primitivos e as suas pinturas expressam precisamente o estádio do seu intelecto há cerca de vinte mil anos! Não dominavam qualquer tipo de alfabeto e é de admitir que também deambulassem por estas paragens onde fica hoje Pedorido, que serviria como ponto de passagem. É provável que se atrevessem a mudar de margem, mas só quando o caudal do rio Douro permitisse e é quase certo que tenham usado o tronco das árvores como primeiro meio de transporte fluvial e aproveitando a correnteza do rio!
Seguramente que estávamos perante uma vegetação muito diferente da que chegou até nós, muito propícia ao desenvolvimento de uma abundante diversidade de caça grossa, a julgar pelas pinturas do Coa...
A fixação bastante mais tarde a uma determinada zona, trouxe como consequência lógica a mudança de hábitos e é bem provável, que, já nesta altura, tivesse tido início uma espécie de dialecto, quando o apego à terra gerou o aparecimento da agricultura, enquanto mantinham os hábitos ancestrais da caça e da pesca e se embrenhavam pela primeira vez na pastorície onde iriam buscar o leite, a carne e a lã para um vestuário que muito ajudaria ao seu agasalho! Esta fixação aos locais iria gerar o surgimento de novos fenómenos a começar pela construção de tipos de habitação débeis e muito precários, assim como o surgimento de guerras entre tribos ou etnias, uns porque queriam manter o que consideravam sua pertença, enquanto que os invasores se achavam com direito à conquista e a não permitir que outras formas de vida se instalassem!...
Todos estes processos teriam sido lentos, demasiado lentos, para a nossa compreensão actual, e, nenhum de nós, estará agora a pensar, que será o descendente de homens e mulheres, que viveram e deambularam durante milhares de anos por estas paragens, com uma simples tanga, que caçavam de arco e flecha e que estariam bem longe de imaginar e ver o que os nossos olhos viram naquela ribeira do Arda há apenas sessenta anos, na década de cinquenta, uma agricultura que mais parecia um jardim, só trabalho do homem e que contava com a ajuda do arado e das juntas de bois, assim, como também estariam bem longe de imaginar, que volvidos cerca de vinte mil anos, muitos dos seus descendentes iriam tornar-se mineiros, um modo de vida a que chamaram profissão e que não estaria no horizonte daquelas gentes tão primitivas, que, ao longo dos tempos, se foram misturando com outros povos, que, por cá, haveriam de aparecer, vindos de sítios tão distantes como as estepes asiáticas!...
Digam lá, pedoridenses, não foi um bom exercício repensar as nossas origens?!...
E, já teriam sequer sonhado, ter feito parte, embora de forma indirecta, de vidas tão primitivas e desconfortáveis?!...

-UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM RUMO!


quarta-feira, setembro 01, 2010

Abecedário de um verão

Aniversário - Vamos fazer 5 anos. É obra...

Baril (Rádio) - voltou ao activo, o que é sempre de saudar! Ou não... 

Campismo - não seria boa ideia tentar organizar o campismo na praia, agora que cada vez mais campistas vêm para Pedorido passar o verão? Qualquer dia não há lugar na praia para os banhistas...

Desemprego - Praga ainda pior que os fogos...

Esgoto - Souto. Cheiro. Podre.

Fogo - Muitos, muito fogos. Demais até! 

Gamanço - parece que em Pedorido no verão, para além da abertura das épocas de fogos e balnear tambem abre a época do gamanço... 

H - sei lá o que é que começa por H e tem a ver com Pedorido!!

Igreja - quando desaparecerem os velhos todos quem é que vai à missa??

Junta de Freguesia - não sei se têm feito muito ou pouco trabalho, mas não se fala deles, o que é positivo!

Lixo - As margens do Rio Arda são uma vergonha!!

Multas - já não chegam duas mãos cheias para contar as pessoas de Pedorido e arredores que têm sido multadas pelos zelosos funcionários da GNR de Castelo de Paiva. Gostam mais de nós do que mel...

Nunca mais vão tirar aquela merda de cima da Ponte Velha, pois não?

Obrigado ao Dr. João Pedro por ter conseguido a garantia que aquilo era temporário... ui, se não fosse!

Paintball (100Limite) - Está na moda agora! Dois jovens de Pedorido decidiram investir e criar um campo de jogo de Paintball. Fico muito feliz de ainda ver empreendorismo em Pedorido. Que sirvam de exemplo. Parabéns e boa sorte!

Q - Ler letra U

Rock (Crokas) - Vai realizar-se a segunda edição no dia 12 de Setembro. Grande iniciativa dos nossos vizinhos de Oliveira. Que fique por muitos e bons anos.

Sto. António - Mais uma grande festa e um bar que tem fechado todas as noites de Pedorido.

Tesos (Praia) - Mais uma vez concorridíssima! E este ano até tivemos direito a Beach Party!

Uma hora e um quarto - é o tempo que estou para encontrar uma palavra que encaixe aqui e no Q. Bolas, desisto...

Vinte e Nove (Café 29) - pela primeira vez na vida vi este histórico café fechar para férias!! Não percebo se isto é bom ou mau sinal...

Xungaria - definição aplicável à maior parte das pessoas que acampam na Praia do Choupal.

Zona J - Parece que a Costa/Eirado se tornou a Zona J de Pedorido. Só falta pintarem as casas de cores berrantes para avisar a população de zona perigosa...

quinta-feira, agosto 26, 2010

O mês de Agosto!

E cá estamos, mês de Agosto, Pedorido invadido por seres estranhos de outros planetas, o transito torna-se caótico ainda no outro dia apanhei dois carros a minha frente quando estava a chegar ao monte do Areinho! Isto é historia meus amigos, segundo alguns registo desde 1945 que não passam mais de dois carros seguidos por aquelas ruas e quem diz aquelas diz muitas outras!
Ao fim de semana temos a nossa praia dos tesos concorridíssima, com imensos campistas, que ficam completamente enfurecidos quando alguém se chega perto das suas tendas para dar uns toques na bola… na praia temos algumas tabuletas que nos dizem por exemplo: “proibido acampar” ou “proibido fazer fogueiras” para esses campistas diz apenas: “ proibido jogar a bola”, são dificuldades de leitura completamente compreensíveis meus amigos.
O que mais me agrada nestas enchentes na nossa Tesos Beach é que, de vez em quando, lá se apanha uma ou duas mulheres a praticar uma atividade que me agrada imenso… aí como é que se chama? topless é isso…
Não é apenas por ver um par de seios extra que me agrada receber novos visitantes, também reconheço que é bom para a nossa economia, as nossas ações na bolsa de valores disparam em flecha e claro é bom saber que por aí há mais quem goste de Pedorido!
Uma das coisas que reparo é na diferença de costumes entre quem nos vem visitar durante este mês, só para dar um exemplo no outro dia encontrava-me parado nos semáforos que ficam perto do Souto, quando vejo do outro lado uma família de emigrantes, o puto ao aperceber-se do cheiro desagradável que abunda por aquela zona tapa o nariz e comentam os restantes: - olha, cheira a natureza! - Eu fiquei embasbacado (embasbacado uma palavra com a sua piada)! Tipo para mim, acredito que para todos os pedoridenses, cheira, simplesmente a, perdoem-me a liguagem, mas não á outra maneira de dizer, eh pá cheira a merda, pronto! Para quem nos visita cheira a natureza! Ainda há quem diga para desfrutarmos da natureza, assim dispenso bem!

Juízo :)

quarta-feira, agosto 25, 2010

Desabafos de um Barco do Douro!

...« É este "chega p'ra lá" que até a nós custa a "engolir", quando se percebe que as dificuldades com as vistorias e certidões aos pequenos barcos como nós, são a ante-câmara de uma morte anunciada, uma vez que se trata de exigências que visam cansar os donos e familiares dos poucos barcos que vão restando Douro acima... Tudo isto para quê?! Para que se invista nos barcos de fibra e a motor, de preferência, como se de repente este país passasse a ser o país das maravilhas, que não é, nunca foi, e, não será nos tempos mais próximos!Vivemos com o "credo na boca", porque nem sabemos o que pensa o meu actual dono, se é que tem alguma posição, porque este é outro mal por aqui enraizado, sendo muito frequente deparar com pessoas que se auto-marginalizam dos seus interesses, mantendo uma posição dúbia em que "nem são peixe nem carne", facilitando com a sua posição os que se organizaram e que conhecem bem demais os pontos fracos das boas gentes ribeirinhas...Gostamos do que somos e nunca aspiramos vir a ser um outro barco, mais soberbo, a começar por umas linhas mais arredondadas, cheias de estilo e com cores próprias de paisagens exóticas, equipado com motor de alta cilindrada e com altas garantias de que não polui as águas, nem as margens, com baixo consumo, mesmo nas altas rotações, mas depois lá se descobre que nem é tanto assim, mas o negócio já está consumado e... "p'ra frente é que é Lisboa"!Querem um outro exemplo, aqui vai:- O meu actual dono, que foi mineiro nas minas de Germunde e com algum prestígio na classe, nunca se pronunciou junto de mim e desconheço em absoluto o que pensará, mas nós não somos assim tão estúpido e lá vamos tirando algumas conclusões! Como é bastante conhecido em toda a aldeia, relaciona-se com muita gente e até com pessoas que regularmente vêm rio acima nas suas lanchas com barco a motor e pelo que vamos "escutando" o centro das conversas continua a ser as minas, os poços, as galerias, os mineiros e as suas histórias, onde é inevitável falar-se de todas as peripécias que acompanharam o fecho das minas de carvão em noventa e quatro, mas, curiosamente, nunca se debruça acerca das questões actuais e futuras do rio... Quer-me parecer que esta criatura, que me parece bom homem, não será bem um pescador, daqueles que em tempos idos viviam do rio e para o rio e já o "apanhei" a comentar com pessoas amigas, que gostava de vir ao rio distrair-se, apanhar o ar puro que vem canalizado do Atlântico, mas que fazia "disto" um "hoby", porque tinha a sua reforma de mineiro e que não estava para se chatear muito... Confesso que ficamos tristes, amargurados e até a nossa madeira parece que mudou de cor e pela primeira vez sentimos calafrios muito próximos daqueles que os humanos por vezes sentem, porque a nossa imaginação diz-nos, que situações destas serão "o pão nosso de cada dia" e se isso for certo, o nosso fim poderá estar para breve!... Quem nos acode?!...»SE GOSTAS DA TUA REGIÃO, NÃO HESITES, DIVULGA-A!

segunda-feira, agosto 23, 2010

Desabafos de um Barco do Douro! ( Parte 3 )

... O facto de estarmos agora aqui atracado ou "amarrado", se quiserem, na Lingueta, não significa que tenhamos sido abatidos ou coisa parecida, para já!!!!!...... Nada disso, até porque temos um "dono", que é um termo pouco do nosso agrado, uma vez que apreciamos de verdade o termo de barqueiro e não é só pela terminologia ser a mais correcta, nada disso, mas por vir do antigo, das nossas origens, com que nos identificamos e de que temos uma enorme saudade, que nem será difícil de aceitar... Mas se essa aceitação for assim tão custosa, nós até perceberemos sem que a aceitemos, obviamente!... Julgamos conhecer as principais razões do que foi acontecendo ao longo dos tempos para estas bandas do Douro e não nos conformamos com a proporção a que as coisas chegaram e é nestes momentos, que são raros, quase únicos, que gostaríamos de ter uma espécie de boca com língua para poder "falar"mesmo de maneira diferente dos humanos, com quem não queríamos "pedir meças", nada disso, mas somente poder "trazer à baila", factos verídicos e passados com outros humanos, que connosco lutaram lado a lado e que deram quase uma vida inteira pelo seu rio, e, não estou só a lembrar-me de barqueiros e pescadores anónimos, que ora eram uma coisa, para logo de seguida serem a outra, sem esquecer os pequenos lavradores ou simples caseiros, que sobreviviam com o muito pouco que retiravam das terras que nem eram deles, sujeitando-se anos a fio sem um queixume e recorrendo sazonalmente aos rios, para deles receber a parte que as terras não conseguiam dar!
Lá porque somos um barco, não perdemos a sensibilidade e achamos que não favorece a sociedade actual e futuras, este corte quase radical com o passado, que será a consequência de falhas graves e culturais, que já virão de trás, em que as responsabilidades serão de todos, mas que deverão ser repartidas de forma desigual, cabendo aos mais responsáveis as maiores culpas, porque é muito feio tentar arranjar desculpas, como é timbre neste território que tem o rio Douro e o Arda com as suas pontes, que nós adoramos!... (CONTINUA)

UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM RUMO!

sábado, agosto 21, 2010

Memórias de um barco do Douro! ( Parte 2 )

... Só tínhamos a noção de sermos um barco muito pequeno por alturas das grandes cheias do rio Douro, e, durante esses curtos períodos, até que apreciávamos que os nossos barqueiros se voltassem para os afluentes, e, sentíamos uma nova emoção penetrar nestas ocasiões pelo rio Mau ou mesmo pelo Arda fora e encostar nas suas margens, talvez por percebermos, que eram tempos muito raros e de excepção, e, ainda recordo, que tínhamos um comportamento que fazia lembrar as crianças com o seu temperamento alegre, mas irrequieto e imprevisível, capaz de criar alguns problemas ao barqueiro em qualquer ponto do rio, caso perdesse a concentração, por momentos que fosse...
Lembro-me como se fosse hoje, que não gostávamos de estar parados e detestávamos as horas de descanso dos pescadores, que, por vezes, também eram mineiros ou lavradores, e, embora não decidíssemos o que quer que fosse, tínhamos também as nossas manias e até as nossas preferências no movimento à ré, coisa inexplicável, sem justificação, assim como adorávamos as travagens, um processo bastante usado com ambas as pás dos remos e até as consequentes mudanças de direcção!... Delirávamos com tais manobras, sem saber muito bem porquê, e, já não sentíamos o mesmo quando os nossos barqueiros - e foram muitos! - se ocupavam do movimento de proa, que era o mais normal, ou melhor, o mais utilizado. Sim, remava-se, preferencialmente, de frente e para a frente, o que talvez vá dar razão àquele ditado popular que diz, "em frente é que é Lisboa!", mas não sabemos se tem a ver uma coisa com a outra...
Ah, mas voltando ainda às grandes cheias, para relembrar a mim mesmo o que foram todos aqueles momentos, bem mais raros, felizmente, em que as águas sujas, cor de barro, escondiam a vossa e "nossa" ponte velha! Era como se não existisse e a "nossa emoção" era grande ao passarmos em todos os sentidos, por cima duma ponte de ferro, que desaparecera aos olhos de toda a gente e nem era tão pequena quanto isso!... Da noite para o dia, tudo se modificara com a subida rápida das águas, e, passara a ser um ambiente muito estranho, por ser coisa rara e que até aos barcos meteria uma certa confusão, enquanto dava para ver a impotência e o temor dos homens e das mulheres, ao mesmo tempo que as crianças em idade escolar, quase ficavam sem fala ao ver pela primeira vez um cenário que desconheciam e que poderia deixar as suas marcas!... É a vida! ( Continua )

Memórias de um barco do Douro!

«Somos um pequeno barco saveiro, já com alguma idade, mas quem olha para nós não ficará com uma ideia do nosso historial, que surge do rio mais antigo e que trazemos na memória!
O facto de nos encontrarmos aqui parados na Lingueta tem a ver com os tempos actuais, onde até a pesca é bem diferente de outros tempos não muito longínquos, e, que, estiveram na origem do nosso aparecimento. Era a época dos areais dispersos ao longo de ambas as margens do rio Douro, ora na esquerda, ora na direita e que os nossos inventores tiveram o cuidado de perceber, para a seguir poder transformar num barco de características proporcionais às tarefas, que as gentes ribeirinhas tinham para lhes destinar! Foi assim que quem teve a felicidade de acompanhar o nosso desempenho como barco, ao longo dos diferentes tipos de caudal, concluiu que estava encontrado o barco que melhor se adaptava às várias tarefas e mais ninguém pensou em inventar para os nossos afazeres um novo substituto... Acontecia, que os donos mais cuidadosos, tinham com os seus pequenos barcos cuidados primários ao reforçarem toda a calafetagem, assim que achassem necessário e até a pintura era retocada em todo o exterior de dois em dois anos, porque um barco novo representava um preço muito elevado, enquanto uma boa manutenção dava todas as garantias para muitos e bons anos de actividade, umas vezes no transporte das gentes ribeirinhas entre ambas as margens, ou ainda, nos vários tipos de pesca - muito similares - que se levavam a cabo desde o areio de Melres, passando pelo de Pedorido e tendo boa continuidade um pouco acima no grande areio d´Hortos!... ( Continua )

segunda-feira, agosto 09, 2010

Diálogos com o nosso rio Arda!... ( Parte 6 )

Resolvemos dar prioridade em voltar às margens do Arda por acharmos que as responsabilidades agora passaram a ser nossas, a partir do momento em que ouvimos com clareza a voz do Arda clamar que tinha argumentos e objectivos e que queria dá-los a conhecer em primeira mão às gentes da região! A verdade é que mal aparecemos, nos reconheceu de imediato e nem perdeu tempo nas apresentações, para passar a explicar:
«- Nós os rios sempre fomos muito práticos desde as nossas origens e as nossas águas não tolerariam quaisquer demoras a que vós chamais burocracias... Mas com toda a franqueza, pior que todas as burocracias humanas - que são um problema vosso - é a praga da poluição que suportamos dentro de nós e ao longo das nossas margens de quase quarenta quilómetros, desde o abendiçoado vale de Arouca - que o grande Aquilino imortalizou no Malhadinhas - até atingirmos a foz à vista da vossa linda aldeia de Pedorido e deste lugar de eleição que é as Concas!...
Temos que dizê-lo muito frontalmente, que vários factores contribuem para que este flagelo da poluição, tenha vindo para ficar e o principal factor prende-se com a falta de raiz duma educação ambiental desde o berço, que, é como quem diz, a começar no seio das famílias, com a devida continuidade nos programas escolares, mas que deverá ter continuidade nas empresas de todas as dimensões e claro está nas autarquias, que têm um papel importantíssimo e vasto, mas que por isso mesmo é determinante, não só na continuação da formação dos munícipes, mas porque não, no combate firme contra os prevaricadores, que sempre irão existir ao longo da história dos povos e sem ter medo de vir a perder meia dúzia de votos!...
Estes dados de que vos "falo" nem são novidades para quem está atento, mas as resistências às regras e ao cumprimento são enormes, mas estamos de acordo com aquele humano anónimo, que há algum tempo atrás, aqui, junto das minhas margens e com todo este lindo cenário a servir de testemunha, dizia "alto e bom som", que Democracia não é bandalheira e estava a referir-se à poluição em geral e nos rios em particular, ao mesmo tempo que citava exemplos muito tristes de gente muito rasteira e sem escrúpulos!...»
Bem, quem fala assim merece respeito e a nossa reflexão e decidíamo-nos por um compasso de espera, ao verificar que tínhamos já na nossa posse um conjunto de boas ideias e vindas do nosso Arda, que muito justamente sobe na nossa cotação e na cotação das muitas pessoas que vêm fazendo das suas vidas um combate sério e digno, para que a vida na Terra não continue a ser posta em causa por gente irresponsável e criminosa, há que dizê-lo!
Obrigado velho amigo e gostaríamos que continuasses a ser um dos nossos rios mais queridos!...
-A melhor forma de mostrar amor pela nossa região é dá-la a conhecer!

sábado, agosto 07, 2010

Diálogos com o nosso rio Arda!... ( Parte 5 )

Como é maravilhoso ter esta felicidade de reencontrar o nosso rio passados quase sessenta anos e poder escutar os seus anseios e preocupações, que serão de ontem e de hoje e que ninguém saberá sintetizar tão bem como ele, que vêm de longe e que são actuais e que podem ajudar os humanos não só a repensar o que têm em mente, e, se for caso disso, mudar dos rumos já traçados, reavaliando prioridades, como esta de olhar mais para os nossos rios - grandes e pequenos - como necessidades urgentes e de que todos sairão a beneficiar: os rios, os humanos e toda a vida na Terra!
Escutêmo-lo com a atenção que nos merece:

«- Sempre que falamos no lazer e no turismo, os nossos amigos humanos de Pedorido, Raiva, Oliveira do Arda, Folgoso, Tropeço, S. Eulália, S. Miguel do Mato e mesmo Arouca, sem esquecer os demais, pensarão no imediato no grande turismo de outras paragens, bem longínquas, em que é necessário tomar o avião ou o transatlântico para se deslocar até locais que ficam distantes e dispendiosos...
Nos nossos contactos entre rios - fazêmo-lo há milhões de anos - e sempre que uso da "palavra" - como vocês humanos dizem - referencio sempre este tema da minha bacia do Arda e ainda não mudei de argumentos e muito menos de objectivos... O meu pai que é um querido, acaba sempre por me dar razão e vai dizendo com a convicção de quem sabe do que "fala", que a seu tempo vou ser escutado, mas há companheiros nossos, que, quando tomam a "palavra" até ignoram tudo quanto nós dissemos e vêm sempre com os velho discursos das "prioridades" e das "convergências", sem chamar os "bois pelos nomes" e não há maneira de sairmos disto...
Consideramos que são influências e mentalidades que vêm de longe, dos velhos tempos e que fizeram carreira nas vossas já distantes monarquias conservadoras e austeras e que tiveram continuidade na cabeça de republicanos, que assim se auto-intitulavam e que "nem eram carne nem peixe", como nós tanto gostamos de ouvir, aqui, às boas gentes ribeirinhas do Arda e do Douro!
Peço-vos desculpa por usar toda a minha franqueza, longe de mim querer ofender quem quer que seja e muito menos aos humanos, com quem contamos a cem por cento, porque no futuro que aí vem, não pode prescindir-se de ninguém e isso fazemos questão de que devia ficar bem claro para todos!
Modéstia àparte, sabemos que temos ideias e sabemos que há futuro para mais uns milhões de anos, daí o nosso interesse em transmitir essas ideias para que sejam conhecidas e divulgadas também aos humanos, com quem contamos para que as estudem e saibam levá-las à prática.
Porque, nem sequer temos rosto, nem vestimos fatos da alta costura internacional, nem temos a obsessão do protagonismo de que muitos humanos sofrem, entendemos que seria correcto,mais correcto, dar a saber em primeira mão o que nós como rio pensamos para a nossa bacia do Arda e aproveitamos este vosso contacto para o dar a conhecer ao povo anónimo e a "todo o mundo", uma expressão tão cara do povo brasileiro, vosso irmão, como os dois não se cansam de repetir! »

Assim que o nosso Arda acabou de "falar", ficamos por ali, na sua margem, uns bons cinco minutos, sem fala e pensativo, reflectindo em tudo quanto ouvira e agradecido com a humildade que fui capaz de rebuscar bem lá no fundo e que farei questão de preservar, contra ventos e marés, se tais tempestades aparecerem por estas bandas, e, se, entretanto, por aqui continuarmos nos poucos dias que ainda temos por contar!
Sim, porque contamos continuar esta nossa conversa com o nosso rio!... ( Continua )

- É nosso dever divulgar o rio Arda e toda a região que o envolve!

sexta-feira, agosto 06, 2010

Dialogando com o nosso Rio!... ( Parte 4 )

Na última abordagem ao nosso rio, notamos que não estaria muito bem disposto, um pouco de pé atrás, talvez, mas fiquei logo esclarecido quando quebrou o silêncio:

«Queria começar por vos dizer, que sei que estais muito interessado em conhecer as minhas memórias, porque sabeis, ou imaginais, que terei muito para vos contar e até creio que não devo estar enganado, se disser que estareis mais interessados nas novidades actuais, nessas fofoquices que duma forma ou de outra se dizem, aqui e acolá, que nós rios nem apreciamos, embora estejamos sempre por aqui, e, nem fomos achados para nada, habituamo-nos a saber conviver com todas as criaturas, humanos e outras, porque sabemos que temos a cumprir com o nosso grande objectivo, e, que, custe o que custar, ninguém nos irá impedir de completar o ciclo da água, que no nosso caso, será trazer o nosso curso de água desde a nascente à foz, aqui junto desta linda aldeia de Pedorido!
O nosso rio maior, nosso respeitável pai, saberá dar continuidade ao que nós iniciamos e sempre o fez com toda a dignidade, levando as nossas águas e de outros até aos braços do mar Atlântico e nós gostaríamos, que, as gentes ribeirinhas de que fazeis parte soubessem mais a nosso respeito, porque temos uma grande experiência de vida e não tendo uma inteligência à vossa altura, estamos fartos de saber que grande parte das vossas gentes mal nos conhece, e, nós sentimos uma espécie de tristeza, que não é igual à vossa, mas que é muito sofrida, embora se confunda com as nossas águas, e, será por isso, que vocês nem darão pelo fenómeno!... Essa espécie de amargura - podeis tomar nota - reside no facto de termos a noção de ser um rio pequeno, que mal vem nos manuais e dá a sensação que contamos pouco, por isso mesmo, por ser pequeno e provinciano, talvez!...
Ora, gostaríamos, que as coisas não fossem assim e que todos os habitantes desta linda aldeia de Pedorido soubessem, que começamos a nossa caminhada ali bem perto da bela vila de Arouca com um pequeno caudal inicial, passamos por algumas pequenas povoações, bem no interior do país e ao fim de quarenta quilómetros, já com um caudal que não "envergonha", chegamos aqui à foz nesta vossa linda aldeia, que nos dá a visibilidade merecida!
Porque fizestes jus ao nosso pedido, ficamos a partir de agora sempre disponível para trocarmos saberes, experiências, recordações, todo o tipo de recordações, das mais antigas às mais recentes, e, digo-vos já, que, vocês os humanos, quando querem até são fixes e não vemos razão para que deixem de o ser!... » ( Continua )

-Um grande abraço para Pedorido e toda a bacia do Arda!

quarta-feira, agosto 04, 2010

Diálogos com o nosso Rio!... ( Parte 3 )

As revelações não paravam de nos surpreender, pela boca de um rio que falava como se fora um livro aberto e por quem sentíamos uma grande ternura desde os oito anos de idade, pudera, nem era para menos, quando sabemos que sempre nos recebeu bem durante todos aqueles meses de Verão, para nós já um pouco longínquos, mas que sabe tão bem recordar aquela Passaria transformada em piscina dos jovens da aldeia, que ali se divertiam à vontade ao mesmo tempo que punham cá para fora toda aquela adrenalina, própria de uma juventude que se quer libertar sem prejudicar terceiros! De resto, o nosso amigo rio tem tudo isso bem presente - confidenciou-me - e foi ao ponto de nos revelar ser conhecedor de tantas coisas indiscretas, que não vêm para o caso e que jurou não divulgar e está no seu pleno direito...

-« Por vezes faço escutas, ou melhor ouço as pessoas a falar, falar, bem perto das minhas margens, que são a esquerda e a direita, mas não o faço premeditadamente, só que não posso mudar de sítio e essas mesmas pessoas não percebem que nós temos também essa capacidade de escutar e de seguida guardar, se for caso disso, porque lá está, temos uma "rica" memória!... Sei que se abrem totalmente nas conversas e às vezes até dizem disparates, que não vou aqui desvendar, nem sequer estamos aqui para isso e toda a gente sabe qual é a nossa missão!
Devo confessar que as conversas mais do nosso agrado vêm sempre da juventude, de alguma juventude, que vai buscar os sonhos que lhes são próprios, que os faz andar em frente, numa perspectiva de um dia encontrar a tal felicidade, de que todos falam, mas que nem todos alcançam, e que é mais provável ser conseguida por alguns daqueles que não resvalam por atalhos, depois de se inteirarem do caminho a percorrer, rumo ao objectivo que traçaram e que poderá ser na aldeia que os viu nascer, mas que pode passar ainda, por só acontecer depois de longa caminhada e bem distante, quem sabe, da sua linda e saudosa aldeia!... » ( Continua )

- Um abraço do tamanho do rio Arda!

segunda-feira, agosto 02, 2010

Conversas entre Filho e Pai!... ( Continuação )

Ficamos pasmados com tantas memórias deste pequeno rio, mas sobretudo pela fiabilidade das suas afirmações ao usar exemplos típicos e próprios dos humanos, e, como era possível, ter tido uma evolução, que nós acreditávamos só possível na nossa espécie?!...
Achamos que o nosso interlocutor teria muito mais para nos contar e sugerimos que continuasse e o nosso velhinho rio não se fez rogado:
«-Contamos continuar por cá ainda uns bons milhões de anos - disse - mas nos últimos tempos começo a ser mais cauteloso nos meus palpites e até já comentei com o meu grande amigo rio Douro - que é meu pai! - um mundo de preocupações para o nosso lado, depois dos estrangulamentos a que nos sujeitaram em toda a bacia do rio maior e que afectaram todos os afluentes, onde estou incluído, sem apelo nem agravo!... O meu pai que é um rio experiente, ouviu-me atentamente, com uma calma que não era seu timbre, lá me foi dizendo, que há momentos na vida que temos de usar a inteligência que temos e a suplente, se for caso disso, porque melhores tempos virão, e, fez-me ver, que, com estas barragens hidro-eléctricas pelo Douro acima, terá sido ele o mais castigado, mas, que muitos dias têm um milhão de anos e que nós os contemos, disse!... Tranquiliza-te e deixa de ser pessimista, que com os tempos as mudanças acontecem e sem ninguém contar, e, até aproveitou para citar aquela frase que atribuem ao Camões: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"... O meu pai acha que os humanos são até inteligentes, mas que não raras vezes são uns convencidos e portadores de um orgulho que só os atraiçoa, e, lembrou-me, que vivem a sonhar, convencidos de que foram os primeiros a praticar actos de solidariedade... Puro engano o deles - diz o meu pai - porque foi graças à solidariedade entre o Sol, os mares e os rios, mas não só, que há mais de quatro mil milhões de anos atrás, foi possível iniciar uma longa caminhada que tornou possível chegarmos todos até aqui! Mas há mais, meu querido filho, a solidariedade que ainda hoje praticamos, não tem nada a ver com a dos humanos - disse - que se baseia na mesquinhez e na ganância, em que dão alguma coisinha, mas querendo receber muito mais em troca!...» ( Continua )

domingo, agosto 01, 2010

Conversas entre Filho e Pai!...

É um rio velho, demasiado velhinho, com muitos milhões de anos, mas com uma memória capaz de "meter num bolso" a memória de qualquer elefante, de um qualquer continente, porque se os elefantes não são iguais nem em tamanho, possivelmente, terão outras diferenças genéticas e a memória faz parte da genética!
Ainda se recorda dos seus princípios, e, nem seria sequer um rio, que só com as profundas e muito lentas transformações da crosta terrestre viria a ganhar tal estatuto! Assim que conseguiu ganhar o estatuto de rio, ficou deveras feliz, por pensar que teria valido a pena os longos e continuados esforços para abrir e dar continuidade a um caminho desde a nascente à foz a que acrescentaram os nomes de leito e de margens, não fossem ser usurpados por muitos outros seres que iriam aparecer por este planeta!... Ouçamos o nosso rio:
-«As lembranças dos primeiros tempos ainda cá moram quase intactas, de resto não foram tempos fáceis e naqueles tempos remotos não poderia ter ajudas de ninguém, estava tudo no início, tudo por fazer, e, o facilitismo, era coisa ainda desconhecida num planeta ainda jovem, quase deserto, repleto de mares em tudo quanto era sítio, e, só muito depois, muito mais tarde, começaram a formar-se os rios e hoje podemos garantir, que, a maior ajuda que tivemos veio do astro, que, naqueles tempos remotos, nem sabíamos que se chamava Sol, que, para o caso, também não tinha nenhuma importância!...Verdadeiramente, só fiquei a saber que se chamava assim, quando há muito pouco tempo, há uns milhares de anos atrás, alguns humanos que começaram a trabalhar as terras por estas paragens, sussuravam junto das margens uma troca de palavras difíceis de entender, mas a palavra Sol era dita e redita e como apontavam para o alto, nem foi custoso aperceber-me de que se referiam ao Sol e notava-se, vía-se até os suores intensos que escorriam dos seus corpos, quase nus, devido ao esforço com que trabalhavam as terras, mas também devido ao calor criador do muito amigo Sol de que falávamos... » ( Continua)
- NÃO BASTA GOSTAR DA NOSSA TERRA, É MELHOR DÁ-LA A CONHECER!

sábado, julho 17, 2010

Inveja de Vizinhas!...


Até que podiam dar-se bem melhor, porque sendo vizinhas, aconselharia o bom senso que fossem por aí!... Mas até ontem, ninguém havia conseguido fazer com que aquelas duas se entendessem no essencial, mas com o passar do tempo, que costuma ser um bom conselheiro, as coisas até pioraram, deixaram mesmo de falar e por este andar não se antevê melhores dias, embora todos garantam de "pés juntos", que nunca as viram discutir, mas que se vê a "olho nu", que o ambiente entre ambas é de "cortar à faca" e gelado, gelado, apesar do tempo quente que aí está!...
Dizem, os que estão mais por dentro do caso, e, pelo que nos apercebemos, a aldeia em peso há muito que sabe das divergências, e, há mesmo aqueles, que avançam com a hipótese de um dia destes verem o desentendimento ir parar aos tribunais!... Os mais sensatos, valendo-se de algum saber e pelo que vão lendo e ouvindo, afirmam, convictamente, que vai ser pura perda de tempo, porque asseguram que neste país que Abril resgatou, os tribunais não se entendem com as leis, quando demoram dez anos e mais a dar uma sentença, que só depois transitará em julgado, não sem que antes tenha de ser apreciada por outros juízes de outros tribunais e que já ninguém acredita, e, focam mesmo o célebre processo da Casa Pia, que "não ata nem desata" e que "pelo andar da carruagem" irá ficar em "águas de bacalhau", termos muito usados nesta nossa aldeia!...
Os mais antigos, felizmente ainda muitos e que conhecem bem toda a história, vão ao ponto de dar o seu palpite e percebe-se um "fraquinho" pela mais idosa, porque não acham jeito, dizem mesmo que é desumano, terem-na abandonado completamente e pelo aspecto de todos os dias, pela maneira como se apresenta, parece que nem família tem, e, isso nem é verdade, só que não lhe ligam nenhuma... « É muito triste chegar a velho - rematam - porque já não temos a mesma utilidade e começamos a dar trabalhos e até os familiares, quando os há, querem mas é ver-se livres do empecilho... »
A verdade é que a vizinha mais nova tem muita coisa a seu favor, a começar pela idade, que lhe dá para se movimentar muito melhor e vai arranjar outros apoios, mesmo fora da aldeia e nos dias de hoje, isso conta e de que maneira!... Desde os poderes restritos lá em cima na Vila, mas que contam, quanto mais não seja pelos interesses que estão à vista de todos, até às ligações a este e àquele ministério sediados em Aveiro, ou mesmo na Capital, quase dá para concluir, que com tribunais ou sem tribunais a vizinha nova leva para já larga vantagem, e, não será por acaso, que ainda há dias, vimos "com estes dois que a terra irá comer", como já se apresenta ao público toda bem arranjada, toda "modernaça", muito bem pintada e a transpirar uma felicidade e um à vontade de meter inveja à vizinha e mesmo àquelas que não são vizinhas!... Sinal dos novos tempos, que, "estão aí para ficar" - dizem alguns - embora com muitas divergências e incertezas, que as águas dos nossos dois rios - que já não são as mesmas de outrora - não se cansam de escutar, vindas dos pontos mais diversos e de ambas as margens, mas, que, não interferem, nem um bocadinho no seu deslizar, pelo mesmo caminho de sempre até chegar ao Atlântico, agora mais suaves e alheias a todas as disputas, incluindo das suas duas vizinhas - agora desavindas - e com quem fazem questão de conviver através de um relacionamento normal, quanto mais não seja pela vizinhança, e, porque sabem, que podem contar sempre com a cumplicidade da mãe Natureza, numa ligação que se crê com milhões de anos!!!.....

Nota: Os pedoridenses atentos já entenderam pela foto, que a metáfora se aplica às vizinhas pontes do velhinho Arda!
-A melhor forma de dar a conhecer a nossa aldeia é divulgá-la!

terça-feira, julho 13, 2010

As Concas,, os Ciganos e a história do Camelo!... ( 3ª e última parte ) )

Esta forma de vida independente e mesmo marginal da etnia cigana, haveria de criar alguns preconceitos e até alguma rejeição por parte das populações durienses, que não iriam ter qualquer impacto na opção de vida dos ciganos, que não hesitavam em dar resposta pronta, quando fosse caso disso e faziam-no com um certo orgulho por gestos, palavras, meias palavras e à mistura com algum descontrole nervoso... Por falar em preconceitos e em rejeição, não resisto a contar-vos um facto passado nas Concas, quando decorria o ano de 1956:
«- Num belo dia de Primavera, um dos burritos terá escapado do acampamento cigano, vindo a aparecer no extremo oposto, nas proximidades do Arda e da sua ponte, procurando matar o apetite num terreno de um pequeno lavrador da nossa aldeia, depois de ter forçado a vedação.
Não sabemos se por coincindência, ou por ter sido avisado, o nosso agricultor veio ainda a encontrar o inconsciente animal a saborear as suas verduras e perante o desaforo desatou aos berros, ao mesmo tempo que esbracejava... Num breve espaço de tempo alguns miúdos e até adultos acorreram ao local, e, logo de seguida apareceu um cigano vindo do acampamento, que de imediato se dirigiu ao homem que não paráva de barafustar, para em tom humilde e respeitoso fazer o seguinte apelo:
- Desculpe senhor!...
O dono da horta ao ver o ar submisso e até comprometido do cigano dá-lhe como resposta:
- Não tem nada que desculpar! Só quero saber de quem é o camelo! »
Ficamos sem saber como terá terminado o diferendo entre as partes, mas sempre que recordamos o incindente, temos alguma dificuldade em entender como fora possível confundir um pequeno burro com um camelo!...
- Recordar é viver duas vezes!!!!

domingo, julho 11, 2010

As Concas, os Ciganos e a história do Camelo!... (2ª parte)

O "divórcio" entre a nossa sociedade e a etnia cigana, era pelas razões apontadas um facto, até porque as curtas estadias de uma semana ou um pouco mais deste povo nómada, eram como que a garantia de que uns e outros, mantivessem as "distâncias" e nada de anormal viesse a complicar uma vizinhança que nunca seria efectiva... De resto, nem seria bom para ninguém e sempre nos causou algum espanto que a República tivesse criado uma lei em que constaria a tal obrigatoriedade, dizia-se, de os ciganos poderem permanecer apenas alguns dias no mesmo sítio, quando sabíamos que nem liam jornais, nem ouviam os noticiários da Emissora Nacional e muito menos tomariam conhecimento das leis aprovadas e reprovadas pelos deputados da União Nacional do Estado Novo! Pensando agora um pouco melhor, o que terá acontecido é que o poder político, terá decidido adaptar-se ao fenómeno e adoptar em lei a prática deste povo errante, que nunca deu mostras de querer cortar com o seu passado e jogar fora a liberdade de não ter que prestar contas das suas vidas a uma Monarquia ou a uma República estabelecidas!
Cozinhavam numa pequena fogueira improvisada, quase central ao acampamento, ao mesmo tempo que beneficiavam da sua luz e do seu calor, que nas noites frias e chuvosas tanto jeito lhes dava e ainda guardamos na memória, as habituais conversas que mantinham "acesas" para lá da última refeição e que mesmo a curta distância não conseguíamos entender!...
Esta gente não tinha grandes hábitos de higiene e nem era por falta de água, porque recordamos ver as mulheres e as miúdas mais crescidas a abastecerem-se nos fontenários da aldeia, contudo os acampamentos ao ar livre não lhes permitia ter acesso às condições necessárias para ajudar a boas práticas no campo da higiene... Apenas mais uma curiosidade:-« Chegamos a ver à distância, uma ou outra cigana a lavar-se ou a lavar a roupa de familiares, bem perto da foz do velhinho Arda, mas não recordo ver, por uma vez que fosse, um cigano jovem ou adulto a pescar, algures, nas águas do Arda ou do Douro!...»
Não havia volta a dar, porque os ciganos estavam vocacionados e poderíamos mesmo dizer que "treinados" para ir ao encontro das populações, procurando o contacto porta a porta, com o intuito de lhes proporcionar pequenos negócios, que poderiam passar pela venda de um simples tecido, ou na pior das hipóteses pela leitura da sina, que passava sempre por pedir ao residente para a abertura, creio que da mão direita, para de seguida debitar uma série de acontecimentos bem conseguidos para o futuro e que as mais jovens da aldeia gostavam de ouvir, ou pelo menos, era a ideia que ficava no ar, enquanto a cigana, assim que acabasse o "trabalho", lá seguia a caminho do acampamento, mas só depois de ter na mão a pequena quantia acordada com o "cliente"... Pudera, compromisso com cigano era para respeitar!... ( Continua )

quinta-feira, julho 08, 2010

As Concas, os Ciganos e a história do Camelo!...

Nas décadas de cinquenta e sessenta habituámo-nos a assistir com alguma frequência à chegada e à partida da etnia cigana, que tinha pelo lugar das Concas uma preferência, digamos que natural e que nem seria difícil reconhecer-lhe os méritos pela escolha!... A etnia cigana, toda ela, percebia que era um sítio sossegado e espaçoso, com condições naturais, quase únicas e de que nunca abdicaria com o correr dos anos, para uma das suas curtas mas preferenciais estadias!
Pensando melhor e à distância, somos levados a pensar, que esta gente saberia distinguir melhor que nós, as questões da Natureza com o seu entrosamento diário às vicissitudes do clima, nem sempre de acordo com as estações, com Invernos sempre duros e chuvosos, com Primaveras nem sempre amenas e onde as chuvas nunca faltariam, sendo certo que o Verão e parte do Outono iria brindar toda a zona deste vale do Douro e do Arda com um Sol quente e criador, um pouco amenizado pela influência dos rios e de um vasto arvoredo, com tons de verde diversificados, que ia buscar aos rios e às encostas a humidade tão do seu agrado e vital para que continuasse pujante e belo em todos os meses do ano!
Tinham por hábito utilizar transporte próprio, sempre uma carroça, puxada por um pequeno burro, que com muita coragem e personalidade era capaz de levar estas famílias em curtas, mas incessantes viagens e nunca dispensavam a companhia de um ou vários cães nas suas caravanas!... Chegavam e partiam, sempre de surpresa, mas nós sabíamos que voltariam mais tarde, meses volvidos, ou no ano seguinte, e, curiosamente, viriam ocupar o mesmo espaço, numa zona bastante arborizada das Concas, ali bem próximo da N222 e onde a largura iria reduzir, mesmo ao lado de um desajeitado, duro e macio carreiro, que daria acesso ao grande areal, um tanto grado, lá no fundo, que ainda teríamos que vencer, até alcançar a barca, que nos levaria até à outra margem, ali mesmo, onde o pequeno rio Mau acabaria por entregar as suas águas a um Douro buliçoso, ansioso por se encontrar com o Atlântico!
Era muito comum juntarem-se duas e mais carroças, que corresponderia a mais que uma família, mas em boa verdade nunca iríamos sabê-lo, dado que foi sempre um povo muito independente, com opções muito rígidas, um género de "apartheid" imposto a eles próprios, que nem os próprios ciganos saberiam quando e em que região da Europa teria começado...

(Final da 1ª parte)

Nota final: Este post é uma homenagem às Concas e ao velho Arda de outros tempos!...

sábado, julho 03, 2010

A nossa relação

Por vezes torna-se complicado entender a nossa relação, por isso, entendo que é altura de te falar um pouco do que sinto...
Gosto de quando olho para ti, quando vejo os teus dois belos peitos, hum… sim, os teus peitos, que se encontram bem debaixo dos teus olhos! Sei que és dona de uma beleza de fazer inveja, mas, sinto que isso não chega, como qualquer homem que usa mais que uma cabeça preciso de mais!
Quando fico doente sei que não posso contar contigo para me cuidares, então e a tal coisa «na alegria, na tristeza, na saúde e na doença»? Ah pois, era bonito se cumprisses essa tua parte! Mas nada, nem um chazinho com bolachas tens para mim, nem uma receita prescrita para comprar calmantes na Lingueta!!! Nessas alturas tenho que fazer tantos e tantos quilómetros só para ter alguns cuidados. E então quando fiquei sem emprego, que apoio me deste? Nem um vale de descontos para umas compras no mini! Mais uma vez tive que procurar ajuda fora!
Preciso que me satisfaças também nesses pontos, sei que não tenho sido um namorado perfeito mas tenho tentado te tratar da melhor maneira!
Podes-me despachar e dizer simplesmente: - já viste a quantidade de pessoas que se chega perto de mim para olhar as minhas formas?! - Sim eu sei, ainda no outro dia vi aqueles franceses que apareceram com os “seus” (ahah) Mercedes e não paravam de te olhar, enquanto limpavam a cera dos ouvidos com a chave do carro! Vi também como olhavam o teu corpo de uma margem a outra…Hum, eu bem gosto de as atravessar, mas por vezes fico cansado, porquê preciso dar tantas voltas?!
Não me magoa saber de todas as relações que manténs, saber as que já mantiveste, em que foste deixada por esse teu vazio, mas, sei bem, os que te deixaram ainda te amam e divorciaram-se apenas porque, como a mim, não lhes deste mais que a tua beleza. A esses só não dou uma tareia porque acabei de almoçar e pode fazer-me mal… Acredita, eu não te quero deixar, não me quero separar, mas é cada vez mais difícil me contentar só com a tua aparência.
Talvez não tenhas culpa, só por ti não possas mudar, talvez precises que menos pessoas elogiem a tua beleza e façam mais por ti, mas, NÃO, ninguém tem feito e não farão tão cedo. É uma pena, mas ainda estou aqui Pedorido!

Para quem está a pensar: -mas que raio de texto é este? - sinceramente, não sei.
Foi uma maneira diferente de falar sobre Pedorido e de expressar algumas coisas também de um jeito mais imaginativo ou estúpido se quiserem! Comparar uma terra a uma namorada é possivelmente a coisa mais absurda que já se fez, então, pensei em tentar.
P.S Antes que pensem que sou um depravado ao falar de dois peitos refiro-me aos dois rios, que ficam por baixo das duas pontes ou seja os dois belos olhos a que me refiro no texto.
Há outras comparações que deixo ao vosso alcance desvenda-las.
Juízo :)

terça-feira, junho 29, 2010

As Memórias e as Diferenças!... 2ª parte

Reparem nesta diferença abismal:- « Há cerca de sessenta anos, passou pela nossa linda aldeia e por cá se manteve largos anos, um abade, que se ocupou de forma empenhada - entre outras actividades - em controlar o dia a dia dos namoros cá da terra, duma forma continuada e para isso contou com a ajuda de terceiros, possivelmente convidados, e, que, terão aceitado colaborar nesse esquema, no mínimo degradante... Estamos em crer, que não teriam bem a noção do papel que desempenhavam, mas é bom perceber, que isto só foi possível, porque a igreja católica e o Estado Novo andaram de mãos dadas, e, por via dessa união, os padres, naquela época, tinham um poder que lhes permitia, caso optassem ir por aí, intrometer-se em questões que nada tinham a ver com a confissão religiosa! Este reprovável atrevimento, deu aso a situações que nunca deveriam ter acontecido e que marcaram pela negativa muito boa gente de Pedorido!

O pior de tudo isto, é que neste país de brandos costumes, não se assumiu, nem se reparou o que de mal se fez, ou seja, feriu-se a dignidade e a liberdade das pessoas, mas nem a Instituição igreja, nem ninguém, apareceu a dar a cara e a assumir que errou e a pedir desculpas públicas pelo sucedido. Ainda hoje, apesar de vivermos num sistema democrático, resiste-se muito a reconhecer os erros de personalidade, num sinal claro de que as deformações de carácter, vão passando de geração para geração e resistem aos regimes políticos, quaisquer que eles sejam...

Ainda a propósito das nossas memórias e das diferenças, ocorreu-me, agora mesmo, imaginar aquele degradante cenário com perto de sessenta anos, transposto para os tempos actuais e para o Pedorido deste novo tempo!... Somos levados a pensar que os cidadãos de hoje, saberiam tomar uma posição de acordo com a circunstância e mais ao jeito das liberdades e direitos que o 25 de Abril veio repôr! É óbvio, que é para aí que vai a lógica do nosso raciocínio!

sábado, junho 26, 2010

Petições online

Queria mencionar duas petições online directamente relacionadas com Pedorido.

Estão na moda estas petições. Infelizmente quase nunca o resultado prático segue as boas intenções de quem as cria, mas não custa nada colocar lá a assinatura.

Aqui ficam os links:

terça-feira, junho 22, 2010

As Memórias e as Diferenças!...

Cremos acreditar, que os Pedoridenses reconhecem ao lugar das Concas como que aquele espaço que é único e exclusivo, que nenhum outro lugar consegue suplantar no resto da aldeia, e, muito dificilmente o cenário irá mudar no futuro, porque ali, a Natureza tem tudo para desiquilibrar a seu favor, desde logo, porque os rios Douro e Arda ali se vão encontrar e esta coincidência faz toda a diferença que os humanos acabam sempre por valorizar mais, porque os rios e as suas águas têm atributos vários e que vão ao encontro dos seus interesses, seja na pesca, ou no lazer, que no Verão ganha a importância maior, quando as temperaturas ambientais sobem e encontram nestes volumes líquidos um antídoto eficaz!...

Mas, quando citamos os meses mais quentes do ano e se nos lembrarmos de Pedorido, há três coisas que associamos no imediato:- O rio Douro, o rio Arda e o lugar das Concas, com todo o seu esplendoroso arvoredo que quase penetra pelas águas destes maravilhosos rios... Se connosco sucede sempre assim, somos levados a acreditar que com os conterrâneos sucederá o mesmo, ou andará muito por aí, mais coisa menos coisa... A seguir e se não partirmos para novas ideias, vamos seguir numas outras viagens ao passado, em que mais uma vez os rios, sempre os mesmos rios, de outros tempos, é certo, mas por isso mesmo mais belos, queremos acreditar nisso, sem ter o propósito do contra, mas pela ligação forte ao que eram as envolvências físicas de uma época difícil e sobretudo diferente, muito diferente, em que nos era ensinado só o essencial para aquele tempo e que passava sempre e acima de tudo pela sobrevivência e para a continuidade!...

Reparem nesta diferença abismal: - Há cerca de sessenta anos...

( CONTINUA )

A família PEdorido.com cresce.

É com muita alegria que venho hoje comunicar-vos que a família do PEdorido.com cresceu novamente.

A partir de hoje a gerência conta com a participação de um novo elemento.

Seguindo a nossa política de pesquisa e lançamento de jovens talentos, eis que temos a honra de apresentar o mais novo elemento da equipa do PEdorido.com, o nosso companheiro blogueiro Pikó, do blog Histórias Curtas.

Pikó vai participar connosco como membro activo da equipa. Espero que o recebam condignamente e que lhe dêem as boas vindas.

Pikó, bem vindo, boa sorte e bom trabalho!

A gerência.

sexta-feira, junho 18, 2010

O Senhor (ou Senhora) dos "Maus"

Há uns tempos atrás decidi colocar uma funcionalidade no blog que dá a oportunidade aos leitores de classificar os posts como Mau, Assim-Assim e Bom.

Claro que o Bom era, à partida, desnecessário. Não se escrevem coisas de qualidade no PEdorido.com. Nem essa é a minha intenção.
Quer dizer, agora com a entrada do Filho de Deus, as coisas até estão a ganhar outros contornos, mas isso são pormenores.

Tenho reparado que desde que coloquei essa funcionalidade à disposição há sempre, pelo menos, um Mau
em cada post. Em quase todos. Deveras impressionante. E deve dar trabalho, ainda por cima!

Só queria agradecer à pessoa que faz isso pela dedicação que tem em vir ao PEdorido.com e dar-se ao trabalho de clicar na opção. São pessoas como você que mantêm este blog vivo. Leitores fiéis que cá vêm sempre que há um post, nem que seja para dizer que é mau. Ou então é só embirração.
Por mim, qualquer uma das duas serve.

O nosso sincero obrigado.

PS: Talvez, num dia em que acorde bem disposto, coloque também uma classificação de Muito Mau. Só em sua honra e para seu uso exclusivo! :D

PPS: para este post, já lhe poupei trabalho. Já lá coloquei um Mau! :)

domingo, junho 13, 2010

Um pouco de parvoice

Sopas!
Mais uma festa de santo António passada e o que se sente no ar é aquele típico cheiro de Pedorido, principalmente aquele cheiro mais típico da zona do Souto.
Talvez não seja a forma mais agradável de começar, reconheço isso, mas encontro-me num estado de indignação muito grande.
Devo admitir que não fiz os trabalhos de casa e não sei mesmo como correu a festa, por isso conto com a vossa ajuda para me relatarem os podres e as coisas boas daqueles três dias, façam o favor de me informar.
Voltando ao meu estado de indignação o que me irritou mesmo na nossa festança foram os foguetes, aqueles largados após a procissão.
Estava eu no sossego do meu quarto quando ouço um barulho infernal. Nos primeiros dois minutos pensei para mim «que aborrecimento o meu vizinho jantou outro vez feijoada» mas depois lá percebi do que se tratava! Aquilo os primeiros 300 ainda se aguentam mas os restantes…. Parecendo que não começa a ser aborrecido! Aquilo não é mais que pum pum pum e canas por todo lado!
É demais… Senhores e senhoras da comissão de festas pensem nos passarinhos que estavam a incomodar, pensem na poluição, pensem no dinheiro gasto, mas, principalmente, pensem no fator principal… pensem em mim! Este degradante espetáculo ocorre por volta do meio-dia, a essa hora estou eu ainda a repousar, estou a meio da minha meditação e parecendo que não acordar com pum pum pum e estar sozinho na cama ainda incomoda.
Esta lamentável barulheira assemelha-se em tudo ao guião usado pelo David Rê para cravar cigarros. Parece ser só um, só um, ó sôr é só um! Mas nunca é só um, tal como os foguetes quanto finalmente parecia o ultimo lá apareciam mais cinco ou seis seguidos.
Vá, não digo que devam acabar com os foguetes, não… mas, a sério, ao fim de uns dois minutos as pessoas já perceberam a ideia…
Comprem só um terço dos foguetes que parecendo que não até sai mais barato e o resto do dinheiro quem sabe para a próxima festa possa fazer jeito, ou então, aproveito e deixo aqui uma sugestão, com o dinheiro que sobra, podiam vir aqui reparar a luz da minha rua. Não nego a beleza de um poste de eletricidade mesmo inoperacional mas as vezes penso «isto era capaz de ser bem mais espetacular se desse luz» e se calhar ate podia ser mais útil que uns largos minutos de pólvora a rebentar.
Se amanha acordar e me aparecerem uns senhores da comissão de festas a mudarem a tal lâmpada que está a largos meses fundida serei mais que um homem feliz, serei um homem realizado! Talvez tenha mais sorte que estar a espera do pessoal da EDP...

sexta-feira, junho 11, 2010

Criançada ao Circo

Criançada,

a CMCP está a oferecer convites para ver o espetáculo do Circo México, com arraial assente no Largo da Feira em Castelo de Paiva, a todos os estudantes Paivenses (IPSS, Jardins de Infância e Ensino Básico) com idades compreendidas entre os 3 e 10 anos desde que acompanhados por um adulto.

Aproveitem e vão ver o circo. Assim aprendem a distinguir palhaços profissionais dos amadores! :D

Os espetáculos estão marcados para as seguintes datas:
  • 11/6 - 21:30
  • 12/6 - 16:00 e 21:30
  • 13/6 - 16:00

segunda-feira, junho 07, 2010

Ponto de situação

Buenos dias Pedorido. E voilá! Olha o Carlos 8 lá atrás...

Já estava aqui há mais de dois minutos a pensar como é que havia de começar isto... Podia ter sido uma maneira mais elegante, mas não foi. E agora?

Deixem-se lá de pensamentos rancorosos e vingativos porque a partir de agora não têm hipótese. Nenhuma, nehuminha! Hipótese de quê, não sei, mas o porquê sei!
Sempre ouvi dizer que as coisas correm bem se Deus quiser. Sim, porque há sempre a hipótese de ele não querer, o que é lixado!

Isto tudo para dizer que, a partir da semana passada, nada nos vai acontecer! Nada!
Mesmo que Deus não queira, agora temos a cunha do Filho! É verdade. O Filho de Deus, itself.

É com grande orgulho que a gerência desta chafarica passa a contar com tão ilustre membro nos seus quadros.
O Filho de Deus dispensa apresentações. Por isso é que o deixei aparecer sozinho...

Desejo-te as maiores felicidades neste teu novo desafio(?) no mundo da blogosfera.
Gostei bastante da inovação de ter o PEdorido.com escrito pelo novo acordo ortográfico.

PS: Espero bem que estejas aqui pelo amor à camisola, porque dinheiro, há pouco, e o que há é para comprar o BMW da gerência.