domingo, agosto 01, 2010

Conversas entre Filho e Pai!...

É um rio velho, demasiado velhinho, com muitos milhões de anos, mas com uma memória capaz de "meter num bolso" a memória de qualquer elefante, de um qualquer continente, porque se os elefantes não são iguais nem em tamanho, possivelmente, terão outras diferenças genéticas e a memória faz parte da genética!
Ainda se recorda dos seus princípios, e, nem seria sequer um rio, que só com as profundas e muito lentas transformações da crosta terrestre viria a ganhar tal estatuto! Assim que conseguiu ganhar o estatuto de rio, ficou deveras feliz, por pensar que teria valido a pena os longos e continuados esforços para abrir e dar continuidade a um caminho desde a nascente à foz a que acrescentaram os nomes de leito e de margens, não fossem ser usurpados por muitos outros seres que iriam aparecer por este planeta!... Ouçamos o nosso rio:
-«As lembranças dos primeiros tempos ainda cá moram quase intactas, de resto não foram tempos fáceis e naqueles tempos remotos não poderia ter ajudas de ninguém, estava tudo no início, tudo por fazer, e, o facilitismo, era coisa ainda desconhecida num planeta ainda jovem, quase deserto, repleto de mares em tudo quanto era sítio, e, só muito depois, muito mais tarde, começaram a formar-se os rios e hoje podemos garantir, que, a maior ajuda que tivemos veio do astro, que, naqueles tempos remotos, nem sabíamos que se chamava Sol, que, para o caso, também não tinha nenhuma importância!...Verdadeiramente, só fiquei a saber que se chamava assim, quando há muito pouco tempo, há uns milhares de anos atrás, alguns humanos que começaram a trabalhar as terras por estas paragens, sussuravam junto das margens uma troca de palavras difíceis de entender, mas a palavra Sol era dita e redita e como apontavam para o alto, nem foi custoso aperceber-me de que se referiam ao Sol e notava-se, vía-se até os suores intensos que escorriam dos seus corpos, quase nus, devido ao esforço com que trabalhavam as terras, mas também devido ao calor criador do muito amigo Sol de que falávamos... » ( Continua)
- NÃO BASTA GOSTAR DA NOSSA TERRA, É MELHOR DÁ-LA A CONHECER!

2 comentários:

Valdemar Marinheiro disse...

Mais um trabalho empenhadissimo, onde sobressai todo o amor e saudade que o Autor nutre pelos Rios que os viram nascer e crescer.
Rio Douro, Rio de Rio Mau e o Rio Arda.
Como exemplifica com toda a mestria de um profundo conhecedor: os rios têm memória. Memória essa que armazena incontáveis baús de recordações, onde constam nessas recordações um sem fim de testemunhos que nos ilucidam o papel preponderante que esses rios desenvolveram e contribuiram para minizara as agruras e tremendas dificuldades em que lhes só assim permitia sobreviver as gentes ribeirinhas, das freguesias circunvinzinhas e mesmo o Grande Porto.
Pois graças a esse Douro, que a cidade do Porto se desenvolveu e sobreviveu tendo recebido o mais variado tipo de abastecimento.
Exemplo: a carqueja, a queiró a lenha a pedera o carvão e quase todo o resto. Caso tudo produzido ou extraído "caso carvão mineral" junto ás zonas ribeirnhas e transportado Rio Abaixo.
Continua....

Valdemar Marinheiro disse...

Antes de ler este comentário parte dois, p.f. leia parte 1 que está abaixo. Obrigado.
Só porque era possivel poder transportar os vinhos se deu início ao cultivo e transporte do Vinho do Douro para Vila Nova de Gaia e a exportação para Inglaterra, que possibilitou um balanço equilibrado na balança das exportações.
Os rios são eternos, como cita e muito bem nos seus maravilhosos livros o escritor nosso conterrâneo Manuel de Araújo Cunha e não serão os barbaros prevaricadores que lhe desferindo golpes crueis os farão desaparecer ou tornar inaptivos.
Apesar da única vontade de quem tinha obrigação de lhe proporcionar condições seja o de lucro fácil o nosso rio saberá e resistirá porque também os nuitos amigos que tem e que em cada dia aumentam o saberão exigir.
Temos vindo a assistir a uma luta desigual de um Rio que luta contra a exploração dersenfreada em troca do lucro fácil, não olhandoa meios para alcançar fins. Serão com estes alertas de memórias que ajudaremos a que num futuro próximo ele tenha as condições dignas a que sempre deveria ter tido direito.
As Afluentes são a alimentação do Rio principal e aí da sua importância opinaremos em próxima ocasião.
Todos deveremos defender aquilo que é nosso. Já os nossos antepassados morreram com estes querer e grande amor ao seu/nosso rio. Foi um legado que nos foi deixado e que como racionamos deveremos protestar contra as injustiças.
Com isso prestaremos um bom serviço porque seguramente acordaremos mentes adormecidos.
Ao autor bem haja e muita força.