sábado, novembro 06, 2010

Licença sem vencimento

Caros amigos,

serve este post para anunciar, com muito pesar, que o PEdorido.com vai parar a actividade (?) durante tempo indefinido.

Já não tenho tempo pessoal disponível para acompanhar e participar no blog como desejaria e, confesso, a motivação e disposição já não são as mesmas de outros tempos.

Também não é justo da minha parte colocar nos ombros dos outros colaboradores a pressão de manterem vivo um blog que nem lhes pertence.

Aproveito para agradecer a todos os intervenientes por estes cinco anos fantásticos.
Tivemos altos e baixos, discussões acaloradas, outras mais serenas... mas no fundo, o objectivo primordial foi alcançado. Juntar os pedoridenses à volta de Pedorido (passe a redundância da expressão)!

Acho que, melhor ou pior, o PEdorido.com cumpriu o seu objectivo.

Obrigado a todos os que colaboraram directamente ou indirectamente com este blog:
  • Jerónimus
  • Camone
  • JVD (Filho de Deus)
  • Pikó
Vocês foram fantásticos. O PEdorido.com saiu mais rico com a vossa participação.

Obrigado a todos os fiéis "comentadores" que foram acompanhando o PEdorido.com durante estes anos:
  • wrld.antidot
  • madmike
  • osama bin laden
  • dariuspintus
  • pedoridenseatento
  • lua
  • blix & twix
  • djvas89
  • laforacadentro
  • todos os anónimos
  • todos os que não estão aqui enumerados mas que participaram e comentaram.
Mais uma vez, obrigado!

Até um dia destes! ;)

Grande abraço,
PEdorido

Exemplo de Coragem

Queria partilhar convosco um exemplo de coragem e sacrifício de um menino chamado Guilherme que, através do desporto, conseguiu ultrapassar as barreiras impostas pela paralisia cerebral.

O nosso abraço ao Guilherme e aos seus pais e que continue a ser este magnífico exemplo para todos nós.


segunda-feira, setembro 27, 2010

Pedorido visto do rio Douro! ( 9ª e última parte )


Assim que entramos na zona demarcada do Douro, pareceu-nos que o encontro com a Régua foi bem mais rápido do que pensávamos, e, aí, pudemos ver e apreciar uma cidade ribeirinha e do interior com uma vida própria assinalável e até um pouco agitada, porque a "rota do vinho" tem a virtude de "atrair" o turismo através de três frentes conhecidas e que são o comboio, as auto-estradas e os barcos de recreio... Este turismo de que falamos chama muito mais pessoas, estrangeiros e portugueses, desejosos de conhecer a região demarcada do Douro e que são unânimes em tecer elogios às belas paisagens que desfrutaram e por isso se preocuparam em guardar não só nas suas memórias, mas também em máquinas mais ou menos sofisticadas a quem não deram tréguas pelo rio acima, para que mais tarde, já em ambiente familiar e de amigos, poderem rever de novo as imagens com as quais se encantaram durante a referida viagem! De resto, não será por acaso que dizemos:-« Recordar é viver duas vezes!...»
Durante a curta viagem de cerca de seis horas, deu para notar que os nossos hábitos diferem um pouco dos estrangeiros, que apreciam melhor os nossos vinhos, porque para lá das refeições, faziam questão de continuar a saborear os bons vinhos desta região demarcada com um prazer e uma alegria, para lá do comum dos portugueses!
Achamos oportuno focar aqui um ou outro aspecto que poderá não ter sido salvaguardado, tendo em conta as diferentes realidades desde a foz do Douro até se atingir a região demarcada. Estamos a referir-nos às contra-partidas que quanto a nós se justificariam, porque quer se queira ou não admitir, a bacia do Douro não é homogénea... E por não ser homogénea, houve formas de vida que foram sacrificadas por todo este Baixo Douro e que nem sequer o dinheiro poderá resolver!... Relembremos aqui a melhor agricultura de toda a zona ribeirinha, passando por todo o tipo de pesca sazonal e que dava muita vida pelas freguesias ao redor desses extensos e belos areais, sem esquecer o corte radical que foi feito às ligações ancestrais, já com centenas de anos e que sempre foram feitas pelo rio, como eram os casos de Pedorido e Rio Mau, Cancelos/Sebolido e Midões e entre Melres e a Lomba... Só para citar o que melhor conhecemos!
É difícil perceber e mais difícil ainda é aceitar, que não tivessem previsto neste grandioso projecto o respeito pelo historial destas gentes ribeirinhas, num "chega p'ra lá", intencional ou não, mas que foi muito feio e que merece ser aqui denunciado!!!... ( FIM )

- Um abraço fraterno para toda a região duriense!

terça-feira, setembro 21, 2010

5º Aniversário

Hoje fazemos 5 anos.

Aqui fica a singela lembrança.

Obrigado a todos os que se lembraram (agradecer aos que não se lembraram é chato, porque é muita gente!).
A maior parte deles foi porque receberam um alerta do Facebook, mas a intenção é que conta.

Mais uma vez, parabéns para nós.

A gerência.

segunda-feira, setembro 20, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 8ª Parte

A seguir a Entre-os-Rios ficamos com curiosidade por chegar à foz do rio Paiva, por ser um afluente por quem temos uma simpatia especial e que vem de há muitos anos! A simpatia surgiu quando deram a conhecer que era dos rios menos poluídos da Europa e por roçar pelos limites do nosso distrito... E foi reforçada, depois de sabermos dos desportos radicais que ali se praticam, porque é uma das várias formas de dar a conhecer belas e naturais paisagens e nos sítios mais escondidos do interior deste bonito país!A Ilha dos Amores surge a anunciar a proximidade do rio da nossa simpatia, mas também foi giro rever o Castelo e o Escamarão, que nos trouxeram lembranças de gentes mais antigas e que sabe bem recordar, porque ajudaram de alguma forma à nossa identidade!
Finalmente a barragem de Carrapatelo e a 2ª eclusa, que após uma operação demorada, que decorreu com toda a segurança, após vencer um desnível com quase o dobro do de Crestuma!... Aqui, mais uma vez nos vimos confrontados com a história e com a obra do grande Camilo C. Branco, que descreve com a arte que se lhe reconhece a passagem por estas bandas do Douro da quadrilha do Zé do Telhado, o tal que tirava aos ricos para dar aos pobres e tudo isto há pouco mais de cento e cinquenta anos!... Conta-se, que terá sido o primeiro escritor em Portugal a viver à custa dos seus trabalhos literários, isto em pleno século dezanove!
Nesta nova albufeira até à Régua, deu para perceber, que flutuávamos em águas mais profundas, porque deixamos de ver as marcações a vermelho, que desde a saída do cais de Gaia foram uma constante rio acima. Começamos a notar que entrávamos numa vasta zona de floresta acentuada e em ambas as margens, aqui e além, com uma ou outra casa isolada, de acessos bem difíceis, razão porque nesses sítios, umas pequenas lanchas encostadas à margem, davam a perceber, que será através do rio, que fazem os seus contactos com o mundo exterior... Por vezes, não muitas, éramos surpreendidos com a presença das garças, uma ave que não esperávamos encontrar por ali!... Fazem parte da chamada bio-diversidade, bem real e nada fácil de ser respeitada pelos humanos...
Esta sucessiva monotonia, só iria mudar bem lá mais para cima, especialmente a partir do encontro do comboio com o rio na margem direita, onde a presença do casario começa a ser mais constante e a presença humana começa a ganhar outra consistência e que será como que o prenúncio da proximidade de um outro Douro, o chamado Douro vinhateiro, onde as vinhas um pouco antes da Régua, surgem devidamente ordenadas pela mão dos humanos, ocupando aqueles socalcos até ao cume das encostas, conferindo-lhes uma beleza única e que todo o mundo admira!...

domingo, setembro 19, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 7ª Parte



Nunca escondemos que trazemos bem gravado o rio mais antigo e por razões muito especiais e diversas, que nem serão difíceis de imaginar!... Daí, navegarmos, quase convencido, que poderemos ser o único a bordo deste barco de recreio, que conseguirá ver ou imaginar, outros rios e outros cenários que já desfrutamos neste mesmo Douro, donde não é possível separar os belos e naturais areais, que eram diversos e que hoje estão submersos, para não dizer escondidos, e, que tantas vezes pisáramos...
Este nosso apego às memórias, que não nos largam, fez com que "desligássemos" por muitos minutos e nem prestássemos a devida atenção aos pequenos lugares ribeirinhos de Cancelos, numa das margens e de Midões e Gondarém na outra margem, sendo que estamos ligados por laços afectivos a este último povoado!
Ainda durava o almoço quando atingimos Entre-os-Rios, povoação antiga e ribeirinha, não só do rio Douro, mas ainda do Tâmega que ali resolveu entregar-se duma forma pacífica ao grande rio e de forma idêntica ao Arda da outra margem em Pedorido!
Pudemos constatar que no presente, Entre-os-Rios dispõe de três pontes para desfrutar, mas terá ficado muito marcada pelo trágico acontecimento de 2001! Constatamos que alguns dos portugueses que viajavam neste barco comentavam o sucedido, sinal de que o país não se libertará tão cedo da tragédia que se abateu sobre as gentes desta zona do Douro... Foi péssimo, porque se perderam tantas vidas humanas e de seguida foi terrível ter de assistir ao desfile hipócrita de gentinha que aspira ao protagonismo a qualquer preço e que o tempo veio pôr a nu, se dúvidas houvesse!... ( Continua )

sexta-feira, setembro 17, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 6ª Parte



Isto é muita emoção para tão poucas horas! Ainda saboreávamos o paladar deste "novo" Pedorido e de seguida caía-nos bem à nossa frente a bonita e solarenga aldeia de Rio Mau, que já compararam com terras bem distantes... Quanto a nós, Rio Mau só é comparável consigo própria, porque é única e tem o seu próprio padrão! Seria como comparar este Douro navegável com o rio Tejo, que não são comparáveis, de forma alguma! O Tejo orgulha-se do grande estuário e de ser como que o anfiteatro natural da grande capital, mas o Douro "arrasa" com a sua identidade própria, que todo o mundo reconhece e já considerou património mundial! Penso para mim, que cairmos na tentação das comparações, estaríamos, talvez, a ir atrás dum qualquer sentimento de inferioridade, ou de coisa semelhante, que não faria sentido algum...
Acentuemos, isso sim, a componente humana do povo desta terra, que no seu todo, sempre se distinguiu pelo apego e amor à sua terra, e, que, quanto a nós, estará na base do que é muito justamente comentado como um sucesso colectivo!
De referir que em 1950, a pequena aldeia de Rio Mau era um pequeno lugar, onde só lhe conhecíamos uma pequena e artesanal oficina de colmeias, uma agricultura pobre e de subsistência e com gente humilde e bem disposta, que soube encontrar nas minas de Germunde, nos rabões da Carbonífera, na pesca no Douro e até na emigração, a forma honesta para a sobrevivência e para "mais altos voos"! A coesão deste povo decidido, viria a dar os frutos que estão à vista, e, sem desprimor, por quem quer que seja, entendemos da maior justiça, relembrar aqui, a figura e os exemplos de trabalho do saudoso padre Manuel que ainda conhecemos no final dos anos quarenta, éramos ainda uma criança!
Há um pormenor que ainda hoje transportamos connosco rio acima e para o qual ainda não conseguimos encontrar resposta convincente... Em boa verdade desconhecemos em absoluto, se foi a coesão deste povo que "ganhou" o padre Manuel, ou, se, pelo contrário, teria sido a forma de estar no mundo daquele abade que "conquistou" toda aquela gente! E será que alguém sabe?!...
Tudo isto, acudia em catadupa à mistura com recordações de vária ordem e ao meio dia fomos "acordados" através do altifalante para que descêssemos, porque ia ser servido o almoço... Apesar de Rio Mau ter ficado já para trás, fiquei só no exterior do Pirata Azul a digerir as emoções e convencido de que nenhum dos acompanhantes terá suspeitado das nossas raízes e do nosso envolvimento a toda esta região do Douro!

- Um grande abraço para os nossos conterrâneos de Rio Mau!

quinta-feira, setembro 16, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 5ª Parte



Teriam decorrido cerca de duas horas de viagem e Germunde aparecia já ao alcance da nossa vista! De propósito, preferimos um espaço isolado, donde fosse possível não só olhar, mas também esconder alguma emoção, porque não foi em vão que ali acordamos para o mundo do trabalho e onde viríamos a criar boas amizades, tudo isto durante a nossa juventude!
Assim de repente e volvidos quase cinquenta anos quase tudo mudou!... O lugar é o mesmo, já não tem teleférico e tornou-se muito mais verde, muito mais arborizado e muito menos negro, o que não deixa de ser normal após o fecho das minas! Se dúvidas houvesse o edifício do Poço Mestre continua ali firme, e, a destacar-se, como que a assinalar, naquela encosta adjacente ao rio Douro, toda a história dos mineiros de várias gerações e ainda tão recentes!!!!.... Faltará ali, sòmente, o símbolo de toda a época mineira e estamos a referir-nos ao briquete incandescente... Visto ao perto e do rio Douro seria um espectáculo!!!
Mas as emoções não iriam ficar por ali, porque de seguida, Pedorido e Rio Mau surgiriam como que apressadas, mas tiveram que ser pacientes, e, perceber, que, o nosso imaginário iria perder-se por algum tempo naquela quinta de Fornelo, que, outrora, mais parecia um jardim e onde fomos tão feliz!!!
E, eis, que, de repente, aparece o esplendor da igreja da nossa aldeia de Pedorido, devidamente enquadrada com o Douro e com o ambiente, e, que, só agora, deu para perceber da visão e da competência do pessoal técnico dos anos quarenta! É claro, que houve profundas alterações físicas no meio, mas hoje temos a ideia de que a aldeia estará mais ribeirinha e mais bonita, porque se terá abandonado a ideia de outrora, quando quase sempre construíam as casas nos pontos mais altos e de difícil acesso. Com o fecho das minas o pensamento humano poderá estar à procura de voltar aos rios e poderá ser como que um retorno às origens... É o mais natural, muito mais romântico e a vida sem romantismo perderá a essência!
O enquadramento das pontes com a foz do Arda é de uma beleza única em todo o Douro, e, a praia fluvial, mesmo ao lado, veio dar a oportunidade que sempre faltara aos pedoridenses e àqueles forasteiros que fazem desta praia a sua preferida...
A nossa sensibilidade, diz-nos, que Pedorido tem um aspecto mais jovem e mais bonito, porque terá perdido aquele ar triste e mais escuro de outros tempos! Do centro deste belo rio Douro, gostamos do que observamos e temos muito orgulho de cá termos vivido até 1963!

-Um abraço do tamanho do Arda!

terça-feira, setembro 14, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 4ª Parte


Custou a despegar o olhar de Melres e da sua ribeira, que sempre havíamos guardado bem lá no fundo e sentimos como que um misto de saudade e alegria, porque nos pareceu, que o actual rio Douro não terá mexido ou alterado o que era fisicamente aquela linda povoação nos anos cinquenta! Por vezes somos traídos pela imaginação, e, no caso, vivíamos com a ideia de que as águas do "novo" Douro teriam "invadido" uma boa parte de Melres e da sua viçosa ribeira... Foi como que o transportar de um "peso" que carregamos durante muito tempo e no final sentimos um alívio e faltam as palavras...
Quem não se recorda dos mineiros que diariamente transpunham o rio vindos daquela margem, e, que,volvidos trinta minutos eram "engolidos" para as entranhas da terra durante horas seguidas?! E ao recordar Melres, é mais que justo relembrar aqui, aquele jovem louro, de aspecto nórdico, que dava pelo nome de António Vieira da Rocha, um exímio lançador do martelo nos anos cinquenta e que no velhinho campo entre Pedorido e a Póvoa tantas vezes vimos lançar o engenho a distâncias que para a época eram um espanto!... Bela prática desportiva e a "feijões", que é como quem diz, sem ganhar tostões nem milhões, e, só faltará acrescentar, que, a sua primeira profissão foi como mineiro, e, só mais tarde seria transferido para as Obras, uma espécie de construção civil da Carbonífera! Ou seja, o mérito veio depois das provas dadas!...
A Lomba sempre viveu um pouco escondida em resultado daquele ziguezaguear do Douro, mas que soube aproveitar mais tarde aquele grande espaço junto do rio e construir ali uma praia fluvial, onde é notório o bom aspecto duma ponta à outra e que aqui registamos! De outros tempos, vem-nos à lembrança os sermões do padre Regadas, cuja fama de orador ecoou pelas terras ao redor e pelos vales circundantes e de que nos recordamos, apenas, daquele longo sermão na esplendorosa igreja de Pedorido, onde aquele abade repetiu, vezes sem conta, a frase que estivera na origem de tão polémico sermão:-« É PERIGOSO DIZER A VERDADE!...»
Achamos curioso, passado todo este tempo, estas recordações "saltarem cá para fora", num sinal para nós, claríssimo, de que não vamos agora, nem amanhã, esconder o realismo de uma época que também foi a nossa e com a qual aprendemos o essencial! E o essencial foi perceber, que, se hoje nos foi possível navegar Douro acima, num barco com alguma dimensão e conforto, não vamos querer esquecer aquele outro tempo em que fizemos idêntico caminho, rio abaixo, rio acima, a bordo de uma pequena lancha, sem comodidade alguma, mas onde reinava a alegria de uma juventude, que, viria, um pouco mais tarde a dar o seu melhor para as mudanças que o país aplaudiu e que só terão pecado por tardias!

-Se tens amor à tua região, divulga-a!

domingo, setembro 12, 2010

Pedorido visto do rio Douro! 3ª Parte




As duas cidades ficaram lá para trás e podíamos dizer que esquecidas, e, assim que subimos na barragem de Crestuma, sabíamos que estávamos no mesmo nível das águas na foz do Arda! Começamos por ouvir os esclarecimentos na nossa língua, claro, mas também em inglês, espanhol e francês, de que à nossa esquerda podíamos ver as antigas instalações da central térmica da Tapada do Outeiro e que fora alimentada até 1994 pelo carvão proveniente das minas do Pejão... Conhecíamos bem demais a história, mas este relembrar, que correspondia na íntegra, apenas veio avivar, só isso!...
A partir dali, já nos começávamos a familiarizar com estas margens e foi bom até pela diferença com outros tempos, poder apreciar os diversos tipos de canoas que treinavam com afinco, rio acima, porque gostamos da envolvência e do contraste que mantinham com o rio e com o verde do arvoredo, que era diversificado e de vários tons de verde, e, de outras cores, que davam um contraste singular e de que não estávamos à espera!... A Natureza no seu melhor!
Foi bom rever Pedemoura e Melres volvidos mais de cinquenta anos e será justo relembrar aqui o veterano Zé Noronha, um homem que se prontificava com paixão a combinar e a capitanear os encontros de futebol amigáveis entre Pedorido e os jovens daquelas terras ribeirinhas e onde os jogos iam até ao fim e sem a presença de autoridades!... Naqueles tempos os jovens da nossa terra tinham muita boa qualidade técnica, e, nem seria difícil ao Noronha formar equipas ganhadoras e tem alguma graça recordar, que todos pagavam a viagem da lancha!... Bons tempos, de boas amizades e de alguma ingenuidade à mistura!...
Voltando ao rio para focar o singular ziguezaguear do Douro, que por alturas da Lomba parece baralhar-se a si próprio, como que a hesitar, se há-de ir, se há-de parar e voltar atrás, e, quase nos deixa baralhados a nós também... Um pouco mais acima, vamos deparar com o que nos pareceu uma decisão acertada, quanto à escolha da pista internacional de canoagem para Melres, porque beneficia do tal serpentear do rio, mas também da sublime encosta na margem direita, que, por ser bastante elevada, não vai permitir que os ventos marítimos ali se façam sentir! Ainda acontecem boas decisões neste belo país!...

-Recordar é viver duas vezes!