terça-feira, julho 13, 2010

As Concas,, os Ciganos e a história do Camelo!... ( 3ª e última parte ) )

Esta forma de vida independente e mesmo marginal da etnia cigana, haveria de criar alguns preconceitos e até alguma rejeição por parte das populações durienses, que não iriam ter qualquer impacto na opção de vida dos ciganos, que não hesitavam em dar resposta pronta, quando fosse caso disso e faziam-no com um certo orgulho por gestos, palavras, meias palavras e à mistura com algum descontrole nervoso... Por falar em preconceitos e em rejeição, não resisto a contar-vos um facto passado nas Concas, quando decorria o ano de 1956:
«- Num belo dia de Primavera, um dos burritos terá escapado do acampamento cigano, vindo a aparecer no extremo oposto, nas proximidades do Arda e da sua ponte, procurando matar o apetite num terreno de um pequeno lavrador da nossa aldeia, depois de ter forçado a vedação.
Não sabemos se por coincindência, ou por ter sido avisado, o nosso agricultor veio ainda a encontrar o inconsciente animal a saborear as suas verduras e perante o desaforo desatou aos berros, ao mesmo tempo que esbracejava... Num breve espaço de tempo alguns miúdos e até adultos acorreram ao local, e, logo de seguida apareceu um cigano vindo do acampamento, que de imediato se dirigiu ao homem que não paráva de barafustar, para em tom humilde e respeitoso fazer o seguinte apelo:
- Desculpe senhor!...
O dono da horta ao ver o ar submisso e até comprometido do cigano dá-lhe como resposta:
- Não tem nada que desculpar! Só quero saber de quem é o camelo! »
Ficamos sem saber como terá terminado o diferendo entre as partes, mas sempre que recordamos o incindente, temos alguma dificuldade em entender como fora possível confundir um pequeno burro com um camelo!...
- Recordar é viver duas vezes!!!!

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