Ção Côta

Já que andamos numa de figuras míticas, quem mais mítico, mais carsimático, mais Pedorido do que a nossa verdadeira e única Ção Côta.



A história da Ção começa, infelizmente, com um acontecimento trágico ainda em tenra idade, acontecimento de onde deriva o nome pelo qual é hoje conhecida, Côta. Perdeu ambas as mãos num acidente ferroviário nas antigas Minas do Pejão.

Mas esquecendo este assunto nefasto passamos para assuntos mais alegres, pois é de alegria que se trata quando de Ção Côta se fala.

Se Pedorido tivesse um cicerone oficial, seria de certeza a Ção.
Ela fala com toda as pessoas, e quando eu digo todas é mesmo todas, que têm o previlégio de assentar ferros nesta freguesia. Ou mesmo pedoridenses... desde que respire e tenha uns trocados no bolso.

A Ção é a prova viva que não é preciso arrumar carros para andar com os bolsos cheios de trocados. Uma boa dose de persistência, e um afinado bafo a bagaço chegam e sobram para bater aos pontos qualquer arrumador das grandes metrópoles.

Mas agora o fígado anda a chatear a Ção... ao que parece deixou de dar vazão ao sangue que vinha no meio do alcoól e das impurezas... enfim, merdices!

A Ção tem uma vida social de fazer inveja.
Está presente em todos os casamentos que se celebram na igreja de Pedorido actuando, para além da hercúlea tarefa de cicerone, como verdadeira MC da freguesia, brindando todos os pombinhos casados de fresco com uma bela actuação ao vivo, não de RAP ou Hip-Hop, mas sim dum belo, tradicional e sempre agradável ao ouvido, rancho folclórico.

Acontece, porém, que na Ção nem tudo são rosas... os espinhos também lá estão!
Num ápice muda de Ção afável e bonacheirona, para o modo Ção Peixeira onde presenteia o seu interlocutor com um chorrilho de insultos à boa moda portuguesa.

Pedorido ama-te Ção! Não mudes!