
Assim que entramos na zona demarcada do Douro, pareceu-nos que o encontro com a Régua foi bem mais rápido do que pensávamos, e, aí, pudemos ver e apreciar uma cidade ribeirinha e do interior com uma vida própria assinalável e até um pouco agitada, porque a "rota do vinho" tem a virtude de "atrair" o turismo através de três frentes conhecidas e que são o comboio, as auto-estradas e os barcos de recreio... Este turismo de que falamos chama muito mais pessoas, estrangeiros e portugueses, desejosos de conhecer a região demarcada do Douro e que são unânimes em tecer elogios às belas paisagens que desfrutaram e por isso se preocuparam em guardar não só nas suas memórias, mas também em máquinas mais ou menos sofisticadas a quem não deram tréguas pelo rio acima, para que mais tarde, já em ambiente familiar e de amigos, poderem rever de novo as imagens com as quais se encantaram durante a referida viagem! De resto, não será por acaso que dizemos:-« Recordar é viver duas vezes!...»
Durante a curta viagem de cerca de seis horas, deu para notar que os nossos hábitos diferem um pouco dos estrangeiros, que apreciam melhor os nossos vinhos, porque para lá das refeições, faziam questão de continuar a saborear os bons vinhos desta região demarcada com um prazer e uma alegria, para lá do comum dos portugueses!
Achamos oportuno focar aqui um ou outro aspecto que poderá não ter sido salvaguardado, tendo em conta as diferentes realidades desde a foz do Douro até se atingir a região demarcada. Estamos a referir-nos às contra-partidas que quanto a nós se justificariam, porque quer se queira ou não admitir, a bacia do Douro não é homogénea... E por não ser homogénea, houve formas de vida que foram sacrificadas por todo este Baixo Douro e que nem sequer o dinheiro poderá resolver!... Relembremos aqui a melhor agricultura de toda a zona ribeirinha, passando por todo o tipo de pesca sazonal e que dava muita vida pelas freguesias ao redor desses extensos e belos areais, sem esquecer o corte radical que foi feito às ligações ancestrais, já com centenas de anos e que sempre foram feitas pelo rio, como eram os casos de Pedorido e Rio Mau, Cancelos/Sebolido e Midões e entre Melres e a Lomba... Só para citar o que melhor conhecemos!
É difícil perceber e mais difícil ainda é aceitar, que não tivessem previsto neste grandioso projecto o respeito pelo historial destas gentes ribeirinhas, num "chega p'ra lá", intencional ou não, mas que foi muito feio e que merece ser aqui denunciado!!!... ( FIM )
- Um abraço fraterno para toda a região duriense!